sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Noeud coulant

Vêm-me à ideia episódios antigos, detalhes de histórias passadas, risotas inconsequentes, paixonetas e alcunhas que lhes eram dadas, como códigos, para que só entre as confidentes se soubesse de quem falávamos. Mas a memória está sempre a pregar-me partidas e hoje, recordando algumas dessas alcunhas, não sou capaz de dizer ao certo o que as originou.

Havia um rapaz a quem chamávamos noeud coulant. Era um dos borrachos da escola, o cabelo, solto, chegava-lhe quase aos ombros e fazia-nos sempre rodar o pescoço para dar mais tempo ao deleite do olhar. Era o noeud coulant e hoje não tenho a certeza se, de verdade, ele usava uma corda ao pescoço com um nó corredio, ou se era apenas uma gravata estreitinha que o adornava. Penso e volto a pensar, puxo o mais que posso pelas lembranças mas só me recordo de o espiarmos o mais que podíamos, sonhando com uma eventual conversa que se viesse a proporcionar nos corredores da escola.

Depois mudei de país e terminei o secundário com outras amigas e outras alcunhas dadas aos rapazes. Ainda hoje as encontro manuscritas em margens de velhos cadernos. A explicação para essas alcunhas é que continuo a não encontrar.  Mas convenço-me de que, na realidade, elas não carecem de qualquer explicação e contento-me com a sua memória.

9 comentários:

  1. tenho tantas dessas, Luísa.
    havia um rapaz mulato a quem dei um papel com a palavra "amo-te".
    nunca me ligou mas acredito que terá vacilado quando leu o papel. :)

    (eu tinha 7 anos)

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  2. eheheh... Creio que seriam coisas só de "gajas" ! rsrs
    Na verdade nunca nos rapazes essas coisas existiam ! A rapaziada era mais "explícita" !
    :))

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  3. Memórias... Colégios... Momentos sempre marcantes...
    Abraço.

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  4. Eu também mantive esses códigos hilariantes, activos por muito tempo :)))eram muito úteis !
    Beijinhos e as melhoras.

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  5. só me lembro de haver alcunhas nos professores.

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  6. já reparei que é uma coisa de femme, darem nomes :)

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  7. Entre rapazes as coisas não se passavam assim, mas lembro-me de algumas alcunhas de colegas meus e, inclusive, da minha. Que não revelo, claro...

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  8. E recordar... é reviver...
    E vivam as lembranças!...
    Beijinhos
    Ana

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