Por caminhos de proximidade.
Já não o encontro nas prateleiras dos supermercados há vários anos. Posso dizer vários anos porque já antes da pandemia não o encontrava. E sempre que vou ao supermercado insisto em passar pela secção dos panos de limpeza par ver se já houve reposição, mas não acontece. Era o melhor pano de limpeza na categoria dos panos absorventes que já experimentei. Comprava-se em rolo. Cortava-o à medida das necessidades. Já não há. A marca do dito tem muitos outros panos absorventes, de muitas cores, formatos e espessuras. Nenhum deles chega aos calcanhares do pretérito pano, se pano de limpeza tivesse calcanhares.
Estou deitado no sonho não
perturbes o caos que me constrói
Afasta a tua mão
das pálpebras molhadas
Debaixo delas passa
a água das imagens
Gastão Cruz (1941-2022)
Era no tempo das coisas simples.
Bastava barrar uma fatia de pão com manteiga.
E salpicá-la de açúcar.
A internet está lenta. Custa a abrir os sítios, mais ainda os escritos. E que dizer das imagens? Eternidades de círculos a rodar na barra de endereços. Sinal de que talvez ainda não seja tempo. Receio o regresso indeciso, arrisco um efeito de fogo fátuo. Voltarei para logo me apagar? Como saber se amanhã ainda haverá chama e se me chamarão de novo estes lugares? Que vontade me guiará? Passo incerto, tentativa, depois se verá.