segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Estou para ver

 

Estou para ver como é que vou dar conta dos doces que me sobraram da mesa de Natal. Nos preparativos impera o receio de fazer pouco. Passada a festa não é de bom tom o desperdício. Alguns viajaram em tradicionais caixas de conservação de alimentos, repartindo o sacrifício por outras bocas. Ainda assim, sobram-me em demasia, para mais tornando-se conveniente despachá-los em tempo prévio ao fim de ano, época que requererá nova fornada. Por muito que prometa reduzir as doses, a mão já não tem conta, nem peso, nem medida. Não terá a mão, mas eventualmente o corpo que, por fim, pagará o descontrolo se de novo embarcar nesta coisa do mais vale sobrar que faltar e de comer para não deitar fora.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Diz que é Natal

 

Desligado o forno, broas de café acabadas de fazer, bolinhos de coco também. Filhós de mel e pastéis de batata-doce comprados no mercado e na mercearia, respetivamente. Bolo-rainha a postos. Embebedadas as peras, pudim trazido por quem já chegou de fora, falta-me uma baba de camelo que também anotei em lista de sobremesas. Fica para tarefa de amanhã, coisa rápida antes de atacar os temperos da carne que se há de assar e comer no dia de Natal e dos preparativos para a ceia, prevendo-se aí o incontornável bacalhau.

Rumo ao convívio familiar restrito, que em parte se fará também com a ajuda da tecnologia, mitigando a ausência de quem não poderá vir (rogo aqui praga ao vírus), sento-me por breves minutos frente a este ecrã, não vá o tempo escapar-se todo sem eu conseguir desejar a quem passe por esta esquina um Feliz Natal.




domingo, 12 de dezembro de 2021

Passeio de domingo (553)

 


Aviso que é embuste. Não é sequer passeio. Só levei à máquina à rua, aqui junto de casa, para, ao menos, estrear dezembro antes que o dito acabe. 










terça-feira, 7 de dezembro de 2021

O tinteiro

 

Abri o ficheiro e dei ordem para imprimir. A máquina puxou as folhas que foram passando lentamente sob a cabeça de impressão. Terminada a operação, levantei-me para recolhê-las. Estavam imaculadas. Nem o mais leve risco, nem a mais leve sombra de letras sobre o papel. Um tinteiro vazio. Claro. O que melhor poderia combinar com um vazio de palavras?