sábado, 31 de julho de 2021

Sábado

 

Fui até à praia encher um garrafão com água do mar. Uso-a para depurar os bivalves. Hoje tenho conquilhas e berbigões para o jantar. Aproveitei para antecipar o meu passeio de domingo, que possivelmente servirei amanhã requentado. Para o primeiro dia de agosto já tenho outros compromissos. São os veraneantes que chegam e uma caldeirada de peixe que me deixará bem juntinha ao fogão. E alguma coisa doce há de acontecer também. Depois serão as conversas, os refrescos tarde fora, aroma de hortelã a casar com gelo picado, lima e açúcar amarelo. E caracóis. Ah pois. Há de haver caracóis, pão torrado com manteiga de alho e cerveja gelada.

Pessoas que talvez conheças


Depois de me recordar que o amigo tal, já desaparecido, faz anos hoje, o FB sugere-me, pela primeira vez, no rol de “pessoas que talvez conheças”, a senhora tal e tal, que, soube há pouco, faleceu ontem. Fico apreensiva, claro, e ligeiramente assustada. Estará a morte à minha espreita e o grande livro das caras já me vai preparando para novas amizades no lado de lá?

sábado, 24 de julho de 2021

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Passatempo

 

Desta vez, a menina enfermeira não me mandou contrariar a sinalética de pegadas no chão do centro de vacinação para pedir a minha justificação de presença num dos guichés de admissão. Pode seguir para a área de recobro que ali também lhe passam a declaração. E fui. Um casal estava à minha frente para ser atendido, aguardando o fim de um atendimento telefónico em curso. E eu aguardei o fim do atendimento telefónico e o fim do atendimento presencial de quem me antecedia. Uns bons vinte minutos. Na minha vez, afinal não era ali. Quem passava declarações de presença eram as meninas dos guichés de admissão. Eu vou lá consigo. E quem foi a enfermeira que lhe disse isso? Tenho de avisar para não encaminharem mais utentes erradamente. E lá fiquei novamente na fila de espera dos guichés, com uma pessoa ainda à minha frente. A menina do guiché, muito amável, passou-me finalmente a declaração, mas tive de a acompanhar de volta até à mesa de atendimento onde estivera antes. É que o carimbo para certificar a declaração estava lá. Sabe, explicou-me ela, os médicos que estão ali costumam ajudar-nos nisto das declarações de presença porque bem veem que estamos sempre aflitas a atender muita gente. Mas esta médica é especial. Já com a declaração carimbada, olhei para o relógio e constatei que a meia hora de recobro estava gasta. Afinal tinha de concordar com a menina do guiché. Aquela médica era mesmo especial. Conseguiu que eu me ocupasse com um passatempo diferente do dos restantes vacinados que para ali estavam, gastando a sua meia-hora de pescoço curvado e olhos postos nos respetivos telemóveis.

domingo, 18 de julho de 2021

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Mata Hari

 

Mata Hari, a gata malhada, dormita todas as tardes na varanda do meu quarto. Surpreendo-a quando o sol já se esconde atrás das alfarrobeiras, pouco antes de mergulhar no horizonte, e abro a porta-janela para deixar entrar o ar da noite que não tarda aí. Sobressalta-se, abre os olhos , espreguiça-se, mas volta à sua posição de repouso assim que se certifica de que não levanto a rede mosquiteira e me retraio voltando aos meus afazeres. Fico alguns instantes a observá-la. Não demorará muito a erguer-se, arqueará o dorso, fará mais um alongamento e saltará dali para fora em busca do telhado, palco provável da sua dança noturna.

segunda-feira, 12 de julho de 2021

domingo, 11 de julho de 2021

quinta-feira, 8 de julho de 2021