A palavra que me ocorreu para contar o mês de fevereiro foi “flores”.
É que para além de ser um dos meses da
floração da amendoeira, verifico ao passear pelos campos que, por esta altura, começam
a nascer muitas pequenas flores que enfeitam a paisagem. Não conheço o nome da
maior parte delas mas contento-me em registar a sua imagem. Aqui fica, pois, a
fotografia (neste caso mais do que uma) com que vou ilustrar fevereiro no
desafio 12 meses promovido pela j. do blogue azul turqueza.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Na charcutaria
Na fila da charcutaria aguardo a
minha vez enquanto a única empregada circula entre a campainha para chamar o
número da senha seguinte e o expositor dos queijos fatiados. Entre a campainha e
a máquina de cortar fiambre. Entre a campainha e o grelhador de frangos. Corta,
embala, entrega, segue.
A empregada da charcutaria usa
farda de calça e camisa brancas. A cada volta que dá fica visível o seu
traseiro e toda a gente pode notar que, por baixo das calças brancas, usa umas
cuecas azuis com rebordo vermelho. Ou podem ser verdes com rebordo laranja.
Eventualmente são turquesa com rebordo rosa.
Mas veem-se.
Deviam dar instruções às
empregadas das charcutarias que usam fardas de calças brancas para só vestirem
cuecas no tom da pele.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Fotografias
Pego no velho álbum mais uma vez e enquanto o folheio fazendo
desfilar sob os meus olhos tempos que me antecederam e tempos da minha infância
penso, como sempre faço, quando o folheio, que mais dia, menos dia tenho que
lhe dar um jeito. Está em muito mau estado este álbum. Algumas folhas já se
soltaram das argolas, muitos dos finos separadores de papel transparente
apresentam rasgões, inúmeras fotografias descolaram dos seus lugares. Isto, sem contar que sua lógica está pelas ruas da amargura.
Sem ordem cronológica nem temática que lhe confira um fio condutor, o velho álbum
mistura anarquicamente vidas e histórias sem se preocupar com o seu sentido ou
com questões de estética.
Tem a coleção de fotografias das crianças da família, a
preto e branco, tiradas no fotógrafo oficial. Tem as fotografias da mãe com as
raparigas do seu tempo. Tem as fotografias do pai, na tropa. Tem os casamentos
das tias mais novas nos anos sessenta e das primas mais velhas nos anos 70. Tem
as fotografias do jardim-escola. Tem as fotografias da emigração. Tem as
fotografias das férias em Portugal. Tem fotografias mal tiradas. Tem fotografias
com cores desbotadas. Tem fotografias à mesa com as pessoas em sistemática pose
de brinde. Tem fotografias em casas com paredes forradas a papel com motivos
florais. Tem fotografias com mesas cobertas por toalhas de plástico. Tem
fotografias junto a velhas telefonias de fazer inveja a colecionadores de hoje
em dia. Tem fotografias a brincar na neve. Tem fotografias com a mãe vestida
com um dos modelos que costurava às dezenas para ganhar a vida. Tem fotografias
de formato mini 4 x 4 cm que costumavam acompanhar a foto de formato normal
como duplicados. Tem fotografias de um desfile anual com carros alegóricos. Uma
até está colada de cabeça para baixo.
Coitado do velho álbum… Até tem a fotografia de um desconhecido. É o vendedor da primeira máquina fotográfica que o meu
pai comprou e serviu para a estrear, logo ali na loja. E é assim que o velho álbum
guarda, até hoje, no seu interior, a fotografia de um homem sorridente,
vestindo camisola de gola alta e com penteado do tipo lambidela de vaca, tendo por
cenário o expositor das caixinhas de rolos fotográficos.
domingo, 24 de fevereiro de 2013
De comboio
Neste fim de semana viajei de comboio. Há muito que não o
fazia. As deslocações regulares a Lisboa são feitas normalmente de automóvel
mas, desta vez, por não poder acompanhar as datas de viagem do marido acabei
por embarcar na carruagem 22 do Intercidades. No lugar 32 para cima e no 77
para baixo, viajei na companhia de José Luís Peixoto pelos caminhos
surreais da Coreia do Norte.
O comboio é o único meio de transporte que, para mim combina
com a leitura. Sou incapaz de ler duas linhas quando viajo de autocarro ou de automóvel.
Fico imediatamente enjoada. Quando comecei a trabalhar e ainda não tinha carro
era de comboio que diariamente seguia para Faro. No percurso de menos de meia
hora, aproveitava sempre para ler e não raras vezes dava por mim em tristes
figuras. É que as histórias saltavam frequentemente das páginas do livro para
se estamparem no meu rosto, em riso ou em lágrimas. Ainda
hoje, pese embora o treino que a vida já me deu, continuo a não conseguir
controlar todas as histórias. Algumas delas são sempre mais fortes do que
eu.
Ainda bem que este fim de semana viajei de comboio. Há muito
que não o fazia e há muito que não lia por tanto tempo seguido. Nem mesmo em
férias. Em casa o meu lugar de eleição para me agarrar a um livro é a minha
cama. Faço-o sempre antes de dormir e o cansaço dos dias é por vezes impiedoso.
Sobrepõe-se às histórias e faz-me sucumbir ao sono.
Passeio de domingo (136)
Para os domingos em que prevejo não poder passear, como hoje,
deixo agendado um passeio com sobras de outro domingo. Este foi da última vez
que andei pela praia dos Olhos de Água.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Miopia
Ser míope não é assim tão mau. O lado bom vive-se em cada
manhã quando uma pessoa se dirige à casa de banho para a higiene diária e se
olha sem óculos no espelho. Aquela curta distância medida em tamanho de lavabo é
quanto basta para não ver com nitidez os estragos do tempo que passa e ficar
feliz por mais um dia marcado no calendário da vida.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
A marcha dos neurónios
Li algures que o exercício físico era benéfico para a
memória. Parece que o exercício aeróbico produz um químico que facilita a
comunicação dos neurónios e em consequência auxilia a cognição. Ultimamente sinto o meu desempenho mental a
fraquejar. Parece que tenho o cérebro adormecido.
Por isso e depois de uma semana ou mais em que a preguiça me
manteve agarrada ao sofá e à cadeira do escritório decidi voltar esta noite a
caminhar. Acelerei o passo de tal maneira que até parecia que estava na minha
melhor forma. Espero que o ritmo que
imprimi nas passadas me tenha abanado convenientemente os neurónios e que com
isso tenha acordado o cérebro.
Entretanto, fiquei de tal modo esfalfada que o sono anda por
aqui a rondar-me o corpo e não tarda mesmo nada vou-me deitar a dormir.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Passeio de domingo (135)
Hoje, o tempo armou-se em parvo e estragou-me o passeio até
Monchique. A chuva e o nevoeiro assustaram-me a máquina que não teve coragem de
sair do saco. Por isso o domingo não tem outro remédio senão pedir o passeio de
ontem emprestado. Foi junto à lagoa do resort
das Dunas Douradas, ali à beira da praia do Garrão.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Feitos um para o outro
Só para assinalar o dia dedicado ao amor com um pouco de
humor, deixo aqui um postal que tinha ali na gaveta da secretária e que, pela
data de copyright que apresenta, já tem 30 anos.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Besta
É jovem, de nariz empinado e usa grandes unhas de gel. Acha
que sabe tudo da vida. Sempre muito produzida, não dispensa a sua espessa
camada diária de base sobre o rosto. Tem mau feitio e gosta de o mostrar. Um
destes dias, resolveu mostrar-mo a mim. Não dei parte de fraca e agi como se as
suas palavras não me tocassem. A besta não merece sequer um pequeno confronto.
Ignoro-a. Mas, silenciosamente, desforro-me chamando-lhe os piores nomes que me
vêm à cabeça.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
É Carnaval, não posso levar a mal…
…mas esta manhã o jornalista que apresentava o Bom dia
Portugal na RTP1 só podia estar a gozar comigo. Não se fartava de anunciar que
era “feriado” de Carnaval.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
domingo, 10 de fevereiro de 2013
Passeio de domingo (134)
Passeio pela manhã, a ver sair para o mar os participantes do Torneio Internacional de Vela do Carnaval, em Vilamoura.
sábado, 9 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Pequenas coisas
A vida é feita de pequenas coisas. Umas têm o dom de me pôr
os nervos em franja, outras precisamente o contrário. Dependendo dos dias e da
disposição, às vezes até as que me costumam tirar do sério conseguem fazer-me
sorrir.
Hoje, por exemplo, fiquei com os nervos em franja [porque
será que dizemos “nervos em franja”?] ao ouvir um colega bater furiosamente com
o rato na secretária na expectativa de que o computador saísse de um daqueles
ataques de pasmo que por vezes dá a estas máquinas. É um colega que está constantemente
a fazer isto e que ainda não percebeu que assim não vai lá.
Também fiquei irritada com o rolo de papel higiénico da casa
de banho do meu local de trabalho. Como tantas outras vezes, o papel que é
muito fino, não se solta facilmente e lá estou eu a fazer rodar o rolo no
dispensador, vezes sem conta, sem que os meus dedos consigam agarrar na ponta para
retirar o pedaço de que necessito.
Em casa, desorientam-me pequenas coisas como encontrar quase
sempre o garrafão da água destapado ou os chinelos da cara-metade na minha
metade de armário.
Passado o instante de todas estas pequenas amofinações
diárias, dou por mim a rir delas e a pensar que à sua custa devo ter acentuado
alguma das rugas que insidiosamente se vão instalando por aqui.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Tristeza
A tristeza é uma dor que começa na garganta, atravessa o
peito e prossegue, braços abaixo, até às pontas dos dedos.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
Passeio de domingo (133)
Porque neste domingo não tenho a certeza de me poder abeirar de um computador, deixo agendado o passeio que fiz durante a semana pela cidade velha de Faro.
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