Não sei já que idade teria. Doze
ou treze anos, talvez. Encontrava-me em casa e devia estar doente. Não recordo
que mal me prendia ali mas estava de camisa de noite, estendida na cama, no
quarto de paredes forradas a papel com enormes flores cor-de-rosa. A minha mãe
tinha-se ausentado e eu, ali sozinha, do nada, comecei a sentir o coração a
bater num ritmo cada vez mais acelerado. Batia tão forte que parecia querer
saltar-me pela boca. Tão forte que achei que corria para a morte. Eu ia morrer
ali, tinha absoluta certeza. Completamente tomada pelo pânico, saí de casa
assim mesmo, descalça, e desci pelo elevador em busca de socorro junto da
porteira. Nesse momento estava já de volta
a minha mãe e não demorou muito para que o coração se acalmasse. Nesse dia não
morri. O coração já voltou outras vezes a correr disparado, sobre um fundo
difuso de medo inexplicável. Mas nunca com tanta força como naquele dia, nunca
com tamanho desespero. Não sei se são os medos que enfraquecem ou se é apenas o
coração que, como inoculado, reage cada vez com menos força para que nem nos
dêmos conta do apagão final.
Acho que senti uma coisa parecida quando certa tarde um galgo correu atrás de mim.
ResponderEliminarConheço-o bem...
ResponderEliminarUm copo de água fria e ar fresco ajudam muito.
É verdade, os batimentos cardíacos são muito acelerados na idade infantil
e vão progressivamente diminuindo, até à hora final, quando ela é boa...
Dias agradáveis e plácidos, Luisa.
~~~ Beijo
~~~~~~
Senti um medo louco tinha eu 12 anos na noite de 28 de Fevereiro de 1969, noite de um enorme sismo em Portugal. Muitos outros me tem acompanhado durante a minha vida, presentemente está um que não me abandona.
ResponderEliminarBeijinho com muito carinho e desejo de rápida recuperação.
Também já lhe conheci o gosto. Praticamente sempre duas hora antes das 8 cirurgias que já fiz. Depois como se fosse demais para mim, caio numa estranha calma, como se o espírito se ausentasse do corpo.
ResponderEliminarUm abraço e Feliz dia Luisa.
também tive assim um medo em menina.
ResponderEliminartenho às vezes, hoje em dia. mostro-o menos aos outros mas continuo a mostrá-lo a mim.
acho que faz parte de ser-se humano.
Ai como sei o que é isso!!!
ResponderEliminarMulher incapaz de aguentar "a angústia" de quem se ama!
Sinto arrepios ainda hoje!!!bj
Ataques de pânico...
ResponderEliminarÀs vezes tenho-os de noite... a dormir... quando me vêem à cabeça acontecimentos passados...
É das sensações mais aterradoras, que se possa sentir... talvez um dia, não consiga acordar de um deles... às vezes penso nisso...
Beijinhos
Ana
Já tive alguns infelizmente. Gosto imenso do teu texto !
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