A
minha cesta do pão está a precisar de restauro. Aqui e ali,
sobretudo no laço que remata a tampa, o entrançado de palma está a
desfazer-se. Está assim, há bastante tempo, e bem sei que, mesmo
antes do triste desfecho, não seria já a tia a resolver-me o
problema, mas agora, olho para a cesta de empreita velhinha, que em
tempos fez para mim, e entristeço-me um pouco mais.
No
caderno das receitas, tenho as instruções para fazer os biscoitos
que fazia e de que tanto gosto. A respetiva entrada traz o seu nome, não o de batismo, mas o que sempre foi usado por toda a família.
Penso que deveria aproveitar as tendências de ocupação deste
tempo do confinamento para pôr em prática a receita. Assim me chegue
o ânimo para isso.
Tenho
pois, tia, estes dois projetos por realizar e já que de vida e de
morte são feitos os dias, mesmo que chore quem parte, devo sobretudo celebrar-lhe a vida.