sexta-feira, 28 de outubro de 2016

De quem nos morre

Não, ela não esquecia, porque não é possível esquecer. As pessoas que nos morrem nas mãos, as pessoas que enterramos em aguda dor, as pessoas que passamos a escrever entre duas datas, as pessoas com quem nos habituamos a conversar sem resposta, a procurar nos cheiros e nos objectos que deixaram, as pessoas que nos habitam as molduras e as paredes do coração, que continuam a viver alimentadas pelo nosso sangue e a respirar o nosso ar, não se esquecem.



O primeiro livro publicado pela autora do blog Uma Rapariga Simples teve hoje apresentação pública. Eu, que já a lia, fui ouvi-la falar sobre a forma como surgiu a história desta novela e perceber como a escrita pode exorcizar uma perda. 

5 comentários:

  1. Parece ser interessante.
    Por vezs as tristezas dão grandes obras!
    Bjs

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  2. Tenho o livro, mas ainda não o li...

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  3. E eu gostei tanto, Luísa, de te ver lá.
    Que surpresa tão boa. :)

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  4. Exorcizar perdas não é tarefa fácil...

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  5. Nunca li nada dela a não ser este teu excerto. Que adorei (e me deixou um nó na garganta - passei já por muitas dessas situações.)

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