domingo, 26 de junho de 2016

Beira-mar

É sempre a mesma coisa. É. Não impede, porém, que todos os anos, no começo do verão, me sinta como se visse o mar pela primeira vez. Esta manhã fui à praia, aquela que mais vezes frequento, que os meus olhos já decoraram mas que não deixa de me deslumbrar. Encanto-me de novo com as cores vibrantes das falésias, com os azuis cambiantes do céu e do mar, com o brilho das águas sob os raios de sol, com a areia molhada feita espelho, com as gaivotas empoleiradas nos cumes, com as rochas esculpidas pelas marés, com os risos das crianças que brincam, com o murmúrio das ondas, com o cheiro do protetor solar, com o pregão das bolas de Berlim, com o colorido dos toldos, com as pegadas de vida efémera, com os pequenos seixos que rolam, com uma concha partida, com o verde dos pinheiros, com a brisa que me refresca.

Eu sou daqui, da beira-mar, mas há sempre um momento em que me surpreendo com estas praias, como se fosse visita, como se tudo à minha volta fosse absoluta novidade.

6 comentários:

  1. Então, imagina nós que somos viajantes e vemos a praia , o mar e as flores, pelos teus olhos, Luísa!
    Um dia nunca é igual ao outro, nem na luminosidade nem na obscuridade.
    Todos os dias...tudo é novo aos nossos olhos...:)

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  2. É muito bom se o mundo ainda nos surpreende. Sinal que não passamos alheios às coisas.

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  3. Acontece-me o mesmo com (a minha) Lisboa....

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  4. Acontece-me o mesmo, quando passo o Verão na Ericeira...
    Bjs
    Ana

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  5. Belo texto que subscrevo .
    O sítio pode ser o mesmo mas, cada dia é diferente um do outro.

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  6. Quem mora perto do mar todos os dias se apresentam diferentes. As cores, as pedras, o areal. Sei do que falas e adoro aas fotos.

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