quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pedras




Indiferentes ao calor, à crise, aos mercados, às agências de rating, ao feriado da República, ao cão que passa ao lado, aos pássaros em algazarra, aos grilos que ainda cantam de noite, ao vento e à poeira que leva, às vozes dos donos da casa e às das vizinhas tagarelas, estão cinco pedras no poial. Não sabem porque lá estão nem se lembram desde quando. Nem sequer pensarão. Não têm serventia. Não incomodam ninguém. E já ninguém as vê ali. Indiferentes são. Indiferentes estão.

5 comentários:

  1. Querida Luisa, e são bem lindas as tuas pedras, tal como as tuas palavras! Parecem seixos. :)

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  2. Se fossem só as pedras a permanecerem indiferentes... ;)

    Beijocas!

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  3. Desta vez, sou obrigada a discordar de algumas das tuas palavras. "Não têm serventia"?! Então não serviram de pretexto para mais uma bela foto e um belo texto? E "ninguém as vê ali" mas vê aqui! E... sim, concordo que "serão indiferentes" mas tu não lhes foste indiferente. E eu também não. Gosto delas e de como lhes deste uma nova vida...
    Rog

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  4. Cinco pedras no poial... tu tens uma casa de poial??? Eu adoro e tenho saudades dos tempos que na casa dos meus avós haviam poiais! Já pensei em refazê-los!

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  5. Turista,
    Obrigada :)

    Teté,
    É bem verdade.

    Rog,
    Por vezes até umas pedras indiferentes nos podem servir de consolo para as indiferenças do quotidiano :)

    Naná,
    Ainda há por aqui alguma coisa, sim :)

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