De um dia para o outro a montra encheu-se de relógios. Relógios de parede, relógios de cuco, relógios redondos, relógios quadrados, relógios despertadores, relógios e mais relógios. Todos com os ponteiros ensandecidos rodando a velocidades estonteantes. Uns rodam no sentido certo como se espera que rodem os ponteiros de um relógio. Outros fazem o percurso inverso, contrariando a lei dos mecanismos aprovada para o mundo da relojoaria. Da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda os ponteiros rodam furiosamente manifestando-se contra a ordem do tempo.
Fico parada a olhar a montra, fascinada pelo atrevimento das máquinas que servem de cenário para as meias que são o que se vende naquela loja. No bulício da sua frenética atividade não se ouve qualquer tic-tac. Os ponteiros deslizam velozes mas sem rumor. No entanto imagino ouvir certa algazarra, como se todos eles e cada um se estivesse a rir na minha cara. Como quem me diz que louca sou eu que não me liberto das peias do tempo.
Ora, aí está uma grande ideia. Pois quem é que ia olhar para uma montra de meias com este calor?! Mas, assim, até eu fiquei com vontade de ir à baixa...
ResponderEliminarRog
Mais uma vez, grande ideia e excelente concretização. Parabéns.
ResponderEliminarProvavelmente os relógios chamam mais a atenção do que as meias na montra, sem mais nada. Pelo menos a tua, chamaram! :)))
ResponderEliminarBeijocas!
Redonda,
ResponderEliminardevolvo :)
Rog,
É mesmo e olha-se mais para os relógios do que para as meias :)
Gi,
É que gostei verdadeiramente de ver aqueles relógios com os ponteiros em corrida inexorável contra o tempo. A grande ideia é de facto de quem imaginou estas montras para a Calzedonia... ´
Teté,
Chamam mesmo. Perguntei à empregada se era coisa única daquela loja. Não é. A "loucura do tempo" deverá estar em todas as Calzedonia... e apesar de, segundo também me disse, muitas pessoas se interessarem pelos relógios para compra, na certa algumas sempre acabarão por comprar meias :))
Eu tenho um amante de relógios em casa por isso há tique-taques de toda a espécie, em uníssono e desencontrados e até há despertadores que tocam a horas improváveis...:-))
ResponderEliminarQuem vem de fora acha estranho, eu já me habituei!
Daqui por uns dias, diga mais alguma coisa sobre os contos, ok?
Abraço
Giiiiiro... =) adoro relógios!!
ResponderEliminarChama a atenção , a si não escapou :)Gostei pois nunca vou pela Baixa de Lisboa.
ResponderEliminarRosa dos Ventos,
ResponderEliminarDirei sim...
Briseis,
:)
annie hall,
Estes estão na baixa de Faro, mas imagino que em Lisboa a montra desta loja estará igual :)
Provavelmente, loucos somos todos nós que nos deixámos domar por essa e outras máquinas
ResponderEliminarBom fds
Como uma simples montra pode dar origem a um excelente texto :)
ResponderEliminarO tempo esse maldito que tanto nos atormenta.
beijinhos
Carlos,
ResponderEliminarÉ isso... e falta-nos tantas vezes a força ou a coragem da libertação.
Fê,
Obrigada pela apreciação :) Quanto ao tempo... resta-nos continuar a reclamar contra ele.
O tempo.
ResponderEliminarSempre o tempo que nos atrasa ou adianta os passos.
Fantástica fotografia e muito bom o texto!