A minha terra ficou famosa quando, há uns anos atrás, o país resolveu escolher um Primeiro-ministro nascido lá. Ficou ainda mais famosa quando alguém achou que o sítio da Fonte de Boliqueime não era Fonte mas sim Poço e que só por obra de ser terra natal do “dito-cujo” é que teria sido “promovida” toponimicamente, como se a categoria, de Poço fosse claramente inferior à categoria muito mais bem vista de Fonte de Boliqueime.
Ficou para sempre a anedota, que se tem perpetuado anos a fio e que continuo a ver citada e replicada em mil e um comentários por esta imensa rede fora.
O certo é que toda a minha vida ouvi os meus familiares e vizinhos referirem-se àquele local da terra como “fonte”. Está bem… não sou assim tão velha, mas já era bem crescida quando nasceu o mito do Poço de Boliqueime.
Hoje, lendo uma notícia sem qualquer relação com Boliqueime, encontrei assim mesmo um comentário… daqueles habituais comentaristas de serviço, que repescava a história da fonte e do poço.
Olhei para a estante de livros ali ao lado e agarrei na “Monografia de Loulé” do Francisco Xavier d’Athaíde de Oliveira. Fui folheando este fac-simile de uma edição de 1905 até encontrar o capítulo relativo à freguesia de Boliqueime. E lá está o seguinte:
“Na séde da freguezia não tem hotel ou hospedaria, mas a pequena distancia, à fonte de Boliqueime, tem uma casa que recebe passageiros”
Se também lhe chamaram Poço, não sei. Mas se algum linguista, especialista em toponímia, passar por aqui e resolver investigar a coisa, não deixe de me comunicar as suas conclusões. Não é por nada. Só gostava de saber.
Ficou para sempre a anedota, que se tem perpetuado anos a fio e que continuo a ver citada e replicada em mil e um comentários por esta imensa rede fora.
O certo é que toda a minha vida ouvi os meus familiares e vizinhos referirem-se àquele local da terra como “fonte”. Está bem… não sou assim tão velha, mas já era bem crescida quando nasceu o mito do Poço de Boliqueime.
Hoje, lendo uma notícia sem qualquer relação com Boliqueime, encontrei assim mesmo um comentário… daqueles habituais comentaristas de serviço, que repescava a história da fonte e do poço.
Olhei para a estante de livros ali ao lado e agarrei na “Monografia de Loulé” do Francisco Xavier d’Athaíde de Oliveira. Fui folheando este fac-simile de uma edição de 1905 até encontrar o capítulo relativo à freguesia de Boliqueime. E lá está o seguinte:
“Na séde da freguezia não tem hotel ou hospedaria, mas a pequena distancia, à fonte de Boliqueime, tem uma casa que recebe passageiros”
Se também lhe chamaram Poço, não sei. Mas se algum linguista, especialista em toponímia, passar por aqui e resolver investigar a coisa, não deixe de me comunicar as suas conclusões. Não é por nada. Só gostava de saber.
É essa e o Allgarve... se há coisas que me incomodam são estes modernismos estúpidos e que não têm qualquer consideração pela história, pelos seus residentes, etc.
ResponderEliminarNão sabia da história da fonte e do poço, mas também me parece que são igualmente valiosos.
ResponderEliminarJá havia algum tempo que eu andava com a intenção de escrever alguma coisa sobre esta polémica da Fonte e do Poço. Umas vezes são as anedotas, outras, comentários idiotas, mas sempre proferidos por quem não tem o mínimo conhecimento do assunto em causa. Eu também sempre ouvi os meus pais e avós chamarem a Fonte de Boliqueime e nesse tempo, o Dr. Cavaco Silva ainda estava longe de ser governante. Não sei quando nem porque, também começaram a chamar Poço de Boliqueime, alguém me disse um dia que possivelmente foi aquando do alargamento da E.N.125 e respectiva identificação da localidade, não sei se terá sido assim. Uma coisa é certa, antes do citado político ter nascido, já os meus antepassados chamavam a esta localidade Fonte de “Boliqueme”.
ResponderEliminarPenso que seria interessante, que alguém fizesse uma investigação detalhada sobre este assunto, para desfazer estas confusões e melhor documentar a história de Boliqueime.
J. Costa
Não conheço a anedota, mas já devias saber que nesta terra tudo serve para fazer uma, sejam ou não os factos verdadeiros. Por mim, só conheço a terra de nome e por Boliqueime, sem poço nem fonte...
ResponderEliminarBom fim de semana e bom passeio! :)
Naná,
ResponderEliminarQuanto ao Allgarve penso que foi uma questão muito empolada, em parte por culpa da forma como a SIC na altura noticiou a apresentação que foi feita deste programa de eventos. Na realidade não passa disso mesmo: de um programa de eventos para o qual os publicitários arranjaram uma designação com um trocadilho na língua inglesa. É algo comum em publicidade e só quem quis achar que se estava a mudar o nome do Algarve é que se escandalizou em demasia. Alguém se escandaliza com os anúncios da PT e os trocadilhos de fim de virão? :))
Gabi (Redonda),
ResponderEliminarPois então...Ser Poço ou Fonte tanto faz, mas se eu me chamo Luisa não vou certamente gostar que me chamem Ambrósia :))
Redonda,
ResponderEliminarAfinal onde é que "vi" que também era Gabi? Será que sonhei?
J. Costa,
ResponderEliminarÉ bem verdade... eu também gostaria de saber mais sobre o assunto. :)
Teté,
ResponderEliminarA aldeia e sede de freguesia é mesmo só "Boliqueime". Mas na EN 125 à entrada da localidade há um sítio designado Fonte de Boliqueime.
Também fiquei com curiosidade.
ResponderEliminarCreio que não passei ainda por Boliqueime. Ou se o fiz, não me recordo... Um local a considerar no futuro.
Eu não costumo ligar a esse tipo de polémicas mas, de facto, torna-se irritante ouvir / ler tantas vezes essas mesmas piadas, tanto mais que, não só não lhes encontro piada, como não têm qualquer fundamento pois, como dizes, baseiam-se nesse pressuposto da promoção que a palavra "fonte" daria à terra...
ResponderEliminarNão sou versada no assunto, nem fiz qualquer investigação mas creio que qualquer pessoa distingue um poço de uma fonte e, salvo nessas graçolas, nunca vi qualquer hierarquia ou superioridade de um conceito em relação ao outro.
Mas vi, lembro-me ainda perfeitamente, que, antes de a água ter começado a chegar canalizada às nossas casas, havia ali, naquele largo, um poço em pedra, mais tarde cimentado e caiado e com uma nora, aonde as pessoas iam encher os seus cântaros de água. Mais tarde, não consigo precisar os anos, o poço foi tapado, para preservar a qualidade da água, e depois acabaram por fazer uma obra mais moderna (?), em que a forma redonda do poço foi substituída por uma espécie de fontanário mais ou menos quadrangular com umas torneiras onde, nessa altura, já poucas pessoas se abasteciam. Mas a água acabou por secar de todo e as pessoas deixaram de precisar de lá ir de modo que, a determinada altura, aquela infra-estrutura acabou por desaparecer.
Mas aquela água, do poço ou do fontanário, era de uma nascente ou fonte natural que ali havia, assim como havia uma em Alfontes, e uma na Tinoca, e várias outras na freguesia de Boliqueime. Aliás, a palavra "boliqueime" está relacionada com os "olhos de água", que também designam fontes ou nascentes de água, e o povoamento do lugar, muito antigo, deveu-se a essa abundância de fontes, nascentes, de água.
Assim, como se vê, não tendo o mesmo significado, as palavras fonte ou poço, para as gentes de Boliqueime, sempre andaram ligadas e, francamente, não consigo ver nada de mal na utilização de uma ou de outra. Mas, por isso mesmo, essa "maldade" que atribuem ao homem, quando foi primeiro ministro, incomoda-me.
Rog
Gostei do Ambrósia :)
ResponderEliminar(o Gábi é mesmo o diminutivo do meu nome, com que às vezes, assino os comentários)
Ultimamente, até Estoi (desde pequena que assim ouço) foi promovido a Estói...
ResponderEliminarLuísa, aí é que está... uma coisa que começou como marketing, pegou como designação da região e tenho amigos (não algarvios) que gozam com isso... e eu não acho a mínima graça.
ResponderEliminarAssunto arrumado:http://portugalresident.com/boliqueime%E2%80%99s-iconic-well-destroyed-in-en125-roadworks
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