sábado, 10 de junho de 2017
O tempo que se vai não torna mais
Que me quereis, perpétuas saudades?
Com que esperança ainda m'enganais?
Que o tempo que se vai não torna mais,
e se torna, não tornam as idades.
Razão é já, ó anos!, que vos vades,
porque estes tão ligeiros que passais,
nem todos para um gosto são iguais,
nem sempre são conformes as vontades.
Aquilo a que já quis é tão mudado
que quási é outra cousa; porque os dias
têm o primeiro gosto já danado.
Esperanças de novas alegrias
não mas deixa a Fortuna e o Tempo errado,
que do contentamento são espias.
Luís Vaz de Camões
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Nao poderia ser mais apropriado!!!
ResponderEliminarFeliz Dia (neste caso sera "tarde") de Portugal.
; )
Feliz onde ele não está,
ResponderEliminarO homem assim se sente.
Se está atrás, quer a frente,
Se adiante, chegou já
Aonde não queria. Há
Medo que de repente
Chegue ao fim dessa corrente
Posto dentro de um jacá
Para ser levado a esmo
Por alguém que é ele mesmo
Ao fim do fim, afinal.
Pobre homem inconformado
Blasfemando no pecado
Sem Deus, com um animal.
Belíssima a poesia do Mestre Maior! Mas temos que nos conformar com a ordem das coisas. Os velhos se revoltam por achar que na juventude até o diabo era bonito e os jovens se revoltam por não ter idade à estabilidade. Goethe explica, Freud não! E é sempre melhor explicar com poesia. Parabéns pela postagem! Grande abraço. Laerte.
Bem adequado!
ResponderEliminarBj
Camões, grande Camões!
ResponderEliminarNum país de poetas como PORTUGAL, Luiz de Camões é o POETA.
ResponderEliminarA imagem é quase tão bela como o poema.
Poetas e Poesias Marcantes na data de Portugal!
ResponderEliminarMerecidas Homenagens!
Abraço.
Aquela cativa
ResponderEliminarQue me tem cativo,
Porque nela vivo
Já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
Em suaves molhos,
Que pera meus olhos
Fosse mais fermosa.
........
Endechas a Bárbara cativa, Luís de Camões
Toda a lírica camoniana é bela.
Bela homenagem ao nosso Poeta Maior!
ResponderEliminarExcelente esse casamento, entre a foto e o Soneto.
Um beijo, Luísa.
ResponderEliminarbom dia de Portugal, de Camoes e das comunidades, Luisa
Há pelo menos algo que desse há muito e até à data tem perdurado no tempo: o idioma de Camões!
ResponderEliminarQuanto ao mais é a incomensurável ordem das coisas, do tempo que passa e nos repassa.
Abç
Que bonito o teu post, Luísa!
ResponderEliminarBonita homenagem.
ResponderEliminarPensei que tinha comentado este post ontem. Será que me esqueci de dar o enter?
Um abraço e bom domingo
Catarina,
ResponderEliminarEra o dia do poeta e o nosso dia. Obrigada. :)
Laerte,
Obrigada pelo seu contributo poético. :)
Gracinha,
Ontem, este poema estava mesmo a combinar com o meu estado de alma. :)
Graça,
O que nos representa enquanto país de poetas e não só. :)
Ematejoca,
Tenho que revisitá-lo. Depois de poeta obrigatório na escola, tende-se a deixar um pouco de lado. Obrigada no que a foto diz respeito.
:)
Célia,
Era dia grande. :)
Bea,
É bela, sim. Como disse tenho que revisitar Camões. :)
Janita,
E eu estava mesmo a precisar de um poema para aquela foto. :)
Obrigada!
Ângela,
Foi um dia sem sobressaltos. Obrigada. :)
Victor,
A data pedia que aqui trouxesse Camões e eu tenho alma bem “portuguesa”. :)
Isabel,
Obrigada! É bom ler isso. :)
Elvira,
Eu é que agradeço. Bom domingo, já em reta final. :)
Bonita homenagem a Luiz Vaz de Camões, com um soneto maravilhoso !
ResponderEliminarObrigado Luísa
Belíssima forma de assinalar o Dia de Camões, por aqui...
ResponderEliminarAdorei a imagem que as acompanha... que traduz tão bem as palavras... na sua grandiosa simplicidade... o que é sempre tão difícil de alcançar...
Bjs
Ana
Ricardo,
ResponderEliminarAna,
Obrigada também a ambos. :)