Desejaria habitar uma pausa da folhagem
em que estar seria adormecer o ardor intenso
espalhando-o na brisa com a leveza da paz.
Estar, estar deslumbrado, difundido,
estremecendo na igualdade pura do corpo ao espaço,
fluindo no serpenteamento dos leves labirintos,
ampliando no nimbo a intensa influência
da remota matéria no enigma da presença.
Reina o silêncio numa surpresa imóvel
e cresce na sombra uma serena cascata
em que já não há diferença entre o sonho da vida
e o corpo feliz da inteligência.
António Ramos Rosa
Facilidade do Ar, Ed. Caminho, 1990.
Um poema lindo de um poeta que admiro.
ResponderEliminarBeijinhos Luisa
Tão bonito :)
ResponderEliminarÉ sempre agradável passar por aqui. Um abraço, Luisa.
ResponderEliminarProfundo!
ResponderEliminarAbraço :)
Chapeau!!
ResponderEliminarPalavras que respiram.
ResponderEliminarMais do que um poema, é um suspiro de alma.
ResponderEliminarAbraço
também não me importava de a habitar... :)
ResponderEliminarEu gosto de António Ramos Rosa mas a poesia dele é-me às vezes difícil
ResponderEliminarMuito bonito!
ResponderEliminarBeijinhos
Excelente Ramos Rosa e lindíssima foto Luísa !
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