sábado, 31 de agosto de 2013

12 meses: agosto


A palavra multidão foi a que me ocorreu para ilustrar  o mês de agosto.  É que agosto, por cá, pelo menos na primeira quinzena do mês,  é isso mesmo. Na praia, na estrada, no supermercado…

Este foi mais um episódio do desafio 12 meses proposto pela j. do blog azul turquesa.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A praia

Acredite quem quiser mas, contrariando aquilo que vou dizer brevemente num outro post, até no mês de agosto se pode encontrar uma praia quase deserta, no Algarve. Foi esta manhã, no Ancão, e nem estavam tantas nuvens assim. 

Há calor q.b. e a temperatura da água continua tropical. 


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

As letras

Era um homem de letras. Tinha sempre uma citação famosa na ponta da língua. Arranjava constantemente maneira de encaixar a sua erudição no meio das conversas mais banais. Paredes de casa forradas de livros. Blocos de escrita espalhados pelas mesas. Velha máquina de escrever a servir apenas de recordação ao lado do moderno computador. Rascunhos amarrotados no cesto dos papéis.

Naquele dia arrastava os chinelos do quarto para a sala, do escritório para a varanda, sem que nada emergisse do seu pensamento. Decidiu que tinha que resolver rapidamente a questão. Colocou um avental, um toque na cabeça, abriu a porta da despensa e agarrou no pacotinho de massas. Nesse dia iria cozinhar uma sopinha de letras.


domingo, 25 de agosto de 2013

Passeio de domingo (160)


Parece que tomei o gosto pelos passeios ao fim do dia. Desta vez foi entre golfes, em Vilamoura.








sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Cegonhas


Estou habituada a vê-las pousadas nas alturas de um telhado, de uma chaminé industrial, de um poste de eletricidade, dos holofotes de um estádio, de um tronco de palmeira que morreu vítima da praga do escaravelho. 

Estou habituada a vê-las nos campanários de Faro. Estou habituada a vê-las passeando junto à Ria Formosa, num campo agrícola e até num campo de golfe. Também estou habituada a vê-las voar, elegantes, esticadas, planando de um a outro poiso.
 
Vi-as agora pela primeira vez em bando. Numerosas. Agitadas. No alto. Tão alto que a máquina teve dificuldade em alcançá-las. Passaram sobre a minha casa, vindas de norte. Viraram para leste e ainda se mantiveram por breves minutos rodopiando no meu campo de visão. Finalmente seguiram a sua rota. Deduzi que estão em migração.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

De que é que eu preciso mais?



Não sei se isto vai durar mas só me apetece ter na minha frente uns senhores que disseram que este seria o verão mais frio de sempre, colocar os polegares sobre as minhas têmporas e, de mãos abertas, fazê-los rodar ora para a frente ora para trás, ao mesmo tempo que coloco a língua de fora e cantarolo: nhanhanhanhaná!

sábado, 17 de agosto de 2013

Socorrista

Estou a especializar-me no socorro a cigarras em vias de afogamento. Já é a segunda que retiro das águas azuis da piscina.

A primeira já nem se movia, limitando-se a boiar. Só no momento do resgate reparei que ainda mexia as patas. Deixei-a no chão a secar e fui à minha vida. Quando voltei ao local já não havia rasto dela e deduzi que, depois de se libertar do excesso de água, voltou a sua vida boémia de cantorias.

Depois a cena repetiu-se. Dessa vez já em cenário noturno. Ao sair de casa comecei ouvir uns tssss tssss tssss sincopados. Olhei para o lado e lá estava ela a debater-se no meio da imensidão líquida da piscina. Dei um rodopio, vesti a minha pele de Super Socorrista de Cigarras e agarrando de imediato na rede lá fui resgatá-la da morte certa.

Bem sei que a cigarra tem má fama e que a formiga leva todo o verão a trabalhar mas o facto é que o trabalho da formiga me incomoda sobremaneira. Quando ela resolve trabalhar na minha cozinha e na minha despensa… então não a suporto mesmo. E confesso que, no que a esta fábula diz respeito, sou tão Super Socorrista de Cigarras quanto sou Exterminadora Implacável de Formigas.


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Já não há canções de amor?

Já não há canções de amor? Esta é a pergunta que o Carlos Barbosa de Oliveira faz no seu “Crónicas on the Rocks”. Ele pergunta e para além das respostas dadas pelo próprio fazendo-nos recordar muitas músicas de outros tempos, convida também os seus leitores a contribuírem para a coleção, escolhendo uma música e contando uma história de verão ou de amor a ela associada.

Eu que sou do tempo do disco sound mas que tenho a memória cheia de falhas resolvi socorrer-me de um velho álbum porta-discos que ali tenho para me ajudar nas recordações. E o que é que eu encontrei? Encontrei um single dos “Santa Esmeralda” com o tema “You’re my everything”.

Oh céus! O que eu dancei ao som deste tema. No tempo do disco sound, este foi um dos slows que embalaram as minhas matinés e primeiras idas à discoteca.  Dos amores não ficou rastro. Breves entusiasmos que serviam para os segredos partilhados com as amigas mas que depressa foram esquecidos. Tal como esta música de que já não me lembrava mas que, reavivou em mim uma doce chama. Uma chama kitsch, é certo, mas que me aquece o coração.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

A exposição

Sim. Gosto de Joana Vasconcelos e sou uma das mais 178 mil que visitou a exposição.


O sonho

Deve ter sido breve, como imagino que são os sonhos, mas chegou para juntar cenas tão díspares como a água do mar invadindo à aldeia situada a pelo menos cinco quilómetros da costa, a descida de uma encosta por meio de uma estranha estrutura suspensa quase semelhante a uma grua e a chegada a um campo de cultivo onde cresciam abóboras-chilas.

Não sei se a junção destes assuntos tem algum significado mas que é um tanto estapafúrdia, é.


domingo, 11 de agosto de 2013

Passeio de domingo (158)


Saí na hora das cigarras mas não se deixaram ver. Com o seu chamamento ensurdecedor como banda sonora, o tempo foi de calor, erva seca, amêndoa e alfarroba.







sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Sem saída


Era o seu fado. Entrava quase sempre numa rua sem saída mas, de uma forma ou de outra, arranjava meio de sair de lá.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Cara de sinal

Tenho andado com má cara. Isso eu sei. O cansaço acumulado nota-se e as pessoas têm-mo dito. Mas hoje fiquei deveras preocupada. Terei também cara de sinal de trânsito?

A caminho do trabalho em ruas de agosto pouco movimentadas, cruzo-me com um homem que passeia o seu cão. A pouco mais de dois metros de distância, o cão avista-me e para, encostando-se à parede, com olhar de receio. O dono aborrece-se com ele: “Anda!... Não te faz mal. Tem medo de tudo. Até de um sinal”.

A medo o cão lá segue o dono e eu continuo para o meu destino com a certeza de que estou mesmo a precisar de verdadeiras férias.

domingo, 4 de agosto de 2013

Passeio de domingo (157)


Retomo os passeios de domingo sem passeio. Afinal hoje são só vistas de quintal e natação (des)sincronizada.






sábado, 3 de agosto de 2013

O verão

Como cantam os outros, “eu gosto é do verão”, mas que ele por vezes é uma canseira, isso é.

Primeiro foram os amigos do filho. Depois a amiga da mãe e respetivo apêndice. Agora são as amigas da filha. Visitas atrás de visitas. A casa não tem sossego. Minto… porque neste preciso momento saíram todos e é agora mesmo que eu vou aproveitar a sombra do telheiro e ficar lá sem fazer nada até ao final da tarde.


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O cato da vizinha

Está comprovado. Já tenho fama de maluquinha das fotografias de flores e afins. Fiquei com essa certeza quando a vizinha me mandou chamar de propósito porque o seu cato estava em flor e a o espetáculo não ia durar mais do que vinte e quatro horas. E pronto… lá fui correndo, de máquina em punho.