segunda-feira, 14 de maio de 2012

No banco

Fui depositar um cheque. Soube-me bem entrar naquela dependência bancária onde o ar condicionado me aliviou da torreira do sol na hora de almoço.
O único cliente que se encontrava junto ao balcão estava de saída e logo chegou a minha vez. Era um balcão alto. A menina que estava a atender recebeu-me o cheque e tomou nota do número de conta que lhe indiquei. Em seguida martelou durante algum tempo as teclas do computador. Fez passar o cheque pelo dispositivo de leitura e comentou que devia haver algum erro. Ia verificar. Pousou o cheque e continuou martelando nas teclas do computador. Tão demorada estava a ser aquela escrita que comecei a estranhar e deixando de observar os folhetos de divulgação de serviços bancários que estavam ali num pequeno expositor olhei para a menina e para a sua atividade. Teclava intrepidamente no computador enquanto soletrava de mansinho o que escrevia … ou lia e esboçava um leve sorriso para o ecrã.

Não. Não podia ser. Estaria a menina num chat? Podia até ser uma intranet do banco e ela estar a trocar impressões meramente profissionais. Mas que eram impressões divertidas …lá isso eram.

Fez então uma pausa no teclado. Agarrou novamente o cheque e repetiu o procedimento inicial. Continuava a dar um erro. Pediu-me que verificasse o número de conta. Na verdade eu tinha-me enganado num dígito. A culpa do erro tinha sido minha. De imediato a coisa funcionou.

Mas ninguém me tira da cabeça que, enquanto me atendia, a menina esteve em amena e descarada cavaqueira com alguém que se encontrava no lado de lá do ecrã do seu computador.

8 comentários:

  1. Podia ser sim; mas eu também rio sozinho para o computador sem estar a falar com ninguém. Basta estar a ler.

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  2. eh, pá... que badalhoquice... se ainda estivesse a apanhar alguma coisa antes que apodrecesse no Farmville ainda era naquela, mas estar na conversa, não!!

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  3. Bem, pelo menos ela estava a ter uma conversa feliz :)

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  4. Já me aconteceu. Desbundei e depois desabafei no teclado!

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