Dia um de novembro, dia de Todos-os-Santos.
(…)
“Pelos santos” faziam-se magustos e bailes à roda…
Os mocinhos logo pela “manhanita” iam pedir “os Santinhos”, de taleguinha na mão: “Santinhos, santinhos prós sés funtinhos…”
Os padrinhos davam sempre uns “Santinhos” mais acrescentados e quando o afilhado pedia a “ábencinha”, respondia “Dês te faça um santinho bonito”, essa “rezão” dizia sempre mesmo que não fosse dia de Todos-os-Santos.
As mulheres faziam bolos miúdos e “estrelas” se possuíam figos e amêndoas.
A castanha era uma grande fartura numa casa. Comiam-se de toda a maneira. (…)
Cozidas, com erva-doce, fritas em banha, cozidas com arroz a servir de jantar. Pelo ano “em fora” piladas com feijão, “ãi” mãe que “soidades!”.
No dia de Todos-os-Santos quem ia à missa ia, quem não ia também não trabalhava. Hoje os usos são um bocado diferentes mas ainda se apuram algumas castanhitas para o magusto, regado com um copinho de aguardente… (…)
Conversa no sítio dos Três Figos, idade média dos intervenientes 75 anos.
Glória Marreiros, Um Algarve outro contado de boca em boca, Lisboa, Livros Horizonte, 1991, p.250-251
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“Pelos santos” faziam-se magustos e bailes à roda…
Os mocinhos logo pela “manhanita” iam pedir “os Santinhos”, de taleguinha na mão: “Santinhos, santinhos prós sés funtinhos…”
Os padrinhos davam sempre uns “Santinhos” mais acrescentados e quando o afilhado pedia a “ábencinha”, respondia “Dês te faça um santinho bonito”, essa “rezão” dizia sempre mesmo que não fosse dia de Todos-os-Santos.
As mulheres faziam bolos miúdos e “estrelas” se possuíam figos e amêndoas.
A castanha era uma grande fartura numa casa. Comiam-se de toda a maneira. (…)
Cozidas, com erva-doce, fritas em banha, cozidas com arroz a servir de jantar. Pelo ano “em fora” piladas com feijão, “ãi” mãe que “soidades!”.
No dia de Todos-os-Santos quem ia à missa ia, quem não ia também não trabalhava. Hoje os usos são um bocado diferentes mas ainda se apuram algumas castanhitas para o magusto, regado com um copinho de aguardente… (…)
Conversa no sítio dos Três Figos, idade média dos intervenientes 75 anos.
Glória Marreiros, Um Algarve outro contado de boca em boca, Lisboa, Livros Horizonte, 1991, p.250-251
Engraçado que conheço uma escritora chamada Glória Marreiros, mas não deve ser esta. Isto porque fui investigar e descobri que existem duas escritoras com esse nome - uma escreve poesia e é algarvia; outra que vive em Lisboa e foi enfermeira, escrevendo livros sobre partos e maternidades, para além de biografias... :)
ResponderEliminarMas pronto, são tradições de outros tempos, suponho que para o ano este feriado vai à vida...
Beijocas!