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Ausente do Algarve neste fim de semana, repesquei imagens do ano passado para um passeio de domingo previamente agendado. Em Silves.
No quarto em que tinham a máquina de costura, encostada à parede estava uma cama coberta com uma colcha de croché. Era uma colcha de lã composta de rosetas das mais variadas cores e ligadas entre si pelo preto que rematava cada uma delas. Restos de lã azul, rosa, amarela, branca, verde, vermelha, castanha, laranja, foram reunidos pacientemente em fiadas de pauzinhos de croché que formaram cada roseta e cada tira de rosetas pregadas umas às outras até cobrirem por completo a pequena cama que estava encostada à parede no quarto da costura. Nela me sentei muitas vezes observando o trabalho das primas que talhavam e cosiam saias, calças e vestidos. Nela me sentava e para me entreter aprendia a chulear e a casear, brincando às moças crescidas. Era bonita a colcha de lã. Simples. Garrida. Alegre. Tinha o toque hippie da época.
Não sei porque me lembrei hoje daquela colcha de rosetas coloridas. Fiquei com vontade de ter uma. Mas faltam-me as sobras coloridas de novelos de lã, falta-me coragem para a empreitada e já passei da idade para brincar às moças crescidas.