terça-feira, 25 de julho de 2017

Inventar uma vida

O homem, uma das personagens da cidade, que por vezes vejo pedindo dinheiro para, diz ele, comprar o bilhete de comboio para casa ou outra qualquer necessidade, estava sentado no rebordo da rampa de acesso ao edifício da PSP, fumava um cigarro e falava ao telemóvel. Estou – dizia – já estou no supermercado. Sim, já estou a fazer as compras.  Segui o meu caminho e não ouvi mais nada da conversa telefónica, mas fiquei a pensar em quem seria o seu interlocutor. Para quem estaria o homem a inventar uma vida?

9 comentários:

  1. Não sei mas tenho um palpite.
    Há vidas tão tristes... :(

    Beijinho pensativo
    (^^)

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  2. Há muitos que sobrevivem de ilusões...
    Abraço.

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  3. Uma vez vi um filme assim, havia alguém que fora despedido e continuava a sair para trabalhar. Mas acho tão difícil manter a ilusão dos outros.

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  4. Não sei explicar, mas com certeza está a mentir
    abraço

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  5. Não terá vida dupla? É bem possível que viva mais do que uma...
    ~CC~

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  6. Afrodite,
    Há, de facto, vidas muito tristes. Mas também a tristeza da vida é relativa e terá os seus dias.

    Célia,
    Talvez seja essa a palavra certa. Sobrevivem.

    Bea,
    Verdade, haverá um dia em que a ilusão se desfaz.

    Alfacinha,
    Eu testemunhei a mentira. Mas que sei eu? Apenas sei o que ouvi. Posso ter a minha interpretação, mas nunca uma certeza.

    Gracinha,
    E ficamos a imaginar razões para tal conversa…

    CCF,
    Poderá ser… Para quem o estava a ouvir pelo telemóvel era toda uma realidade diferente daquela que eu, passante, estava a testemunhar.

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  7. Tão fascinante, quanto intrigante; em qualquer caso e como mínimo aparentemente: triste!

    Saudações

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