terça-feira, 27 de setembro de 2016

Acidente de percurso

Diz Vargas Llosa, em entrevista publicada na última edição da revista do Expresso, que todos os seres humanos deveriam planear a vida como se fossem viver eternamente. Afirma que, para vivermos em paz, devemos aproveitar a vida até ao final e organizá-la como se vivêssemos indefinidamente, para que a morte seja como um acidente.

Eu, que não sou ninguém, atrevo-me a dar-lhe razão. Agrada-me o pensamento de uma vida interminável. Pensar na morte como um acidente de percurso tem um lado absolutamente redentor que me faz sentir salva.

24 comentários:

  1. vai lá dizer isso à espécie de coro de carpideiras que o fez apaixonar-se, naquela idade, por outra mulher, "- the bastard!", they say. Afinal, é um autor de referência, não um actor, um músico, etc.

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  2. Ora, alexandra, aposto que essas não conseguem viver em paz... :)

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  3. Uma vida eterna não precisa de ser planeada: é só vivê-la. :)

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  4. acho que pensar na vida como se fosse eterna me faria protelar e fazer da minha vida uma grande desorganização assim sendo qualquer acidente seria previsível, como a morte. é certa!

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  5. Não sei. A ideia de eternidade é sedutora. Mas com essa certeza, de eterno, iríamos protelar tudo.
    Caos eterno...

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  6. Atualmente, prefiro viver um dia de cada vez... e o depois (?)... Mistério!
    Abraço.

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  7. Também não penso na morte, no fim.
    Gosto tanto de estar vivo!

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  8. A minha mãe tinha a sua vida planeada até ao fim do ano e morreu em Abril. Trouxe o diário dela para a Alemanha e choro sempre pelos dias planeada, mas não vividos.

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  9. Quando escrevo no tablet, nunca escrevo o que quero. Claro, que queria escrever "dias planeados" 🐒

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  10. Tenho uma grande admiração pelo Mario Vargas LLosa, tanto como escritor, como intelectual e gosto de viver a vida, um dia de cada vez, embora também faça planos a curto prazo. do género há sempre uma ida a Paris a planear, mesmo que tenha terminado de regressar da cidade das luzes:)
    Boa Tarde

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  11. dir-se-ia, viver cada momento como se fosse o último...

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  12. Teresa,
    É verdade. Mas viver não deixa de ser também fazer planos…

    Tetisq,
    Claro que a morte é certa mas, para quem acredita em algo mais para lá da morte física, a eternidade não deve atrapalhar nada.

    Conta corrente,
    Caos para quem é do caos, organização para quem assim se entende.

    Célia,
    Viver um dia de cada vez também está certo e não contradiz a eternidade.

    Pedro,
    Tem toda a razão. Amar a vida.

    Ematejoca,
    Mas acredito que ela não chore. Já quem fica, chora por esses dias não vividos, tivessem sido planeados ou não.


    Mister Vertigo,
    Concordo com o que diz. É bom viver um dia de cada vez mas fazer planos também anima cada dia que se vive.

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  13. Cá por mim sou mais de um dia de cada vez, esse "excesso" de planos também pode ser muito frustrante se não se cumpre... ;)

    Beijocas

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  14. Receitas há muitas, mas cada um veste a pele que lhe serve. De qualquer forma, a opinião do escritor peruano parece-me muito interessante.

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  15. E realmente só se dá a oportunidade de fazer a vida acontecer, quando não se pensa no seu fim... não poderia concordar mais!
    A morte é apenas um entre milhentos acontecimentos na nossa vida... o melhor mesmo... é relativizá-la... e não lhe conceder mais tempo a pensar nela... do que o tempo, que ela nos irá roubar...
    Beijinhos
    Ana

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  16. O pensamento de uma vida interminável pode dar conforto mas, em minha opinião, seria mais aconselhável que o ser humano tivesse a noção da sua finitude. Creio que seríamos melhores pessoas e a vida e sociedade seria mais fácil e cordata.

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  17. Eu li uma vez que a morte é que torna a vida interessante... E tenho uma amiga que diz muitas vezes, com pena, "eles não sabem que vão morrer", referindo-se a pessoas que perdem tempo com ninharias, ódios e mesquinhices. Por isso, eu acho que pensar que vamos morrer pode ser bom se, em vez de nos deprimir ou assustar, isso nos fizer aproveitar e ser gratos por cá estarmos.

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  18. Concordo com ele até porque é uma das coisas que me preocupa é pensar se algum dia deixo de ter planos...
    Parar , para mim é morrer.
    Parar de gostar, parar de combinar, parar de querer, parar de acreditar, é o que mais desejo que não me aconteça!
    Maldade e mesquinhez são defeitos de carácter qualquer um os pode ter independentemente de saber que a vida vai acabar ou não...
    Pessoas felizes não infernizam a vida a ninguém! Eu acredito nisto.
    Bjs

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  19. Até colocar termo à vida são planos de alguns e foram planos de alguém para quem trabalhei quase 30 anos e fui hoje ao seu funeral.

    O único comentário que li aqui, foi o da papoila e concordo com cada palavra.


    Beijinho


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  20. AC
    A ideia do escritor sobre esta forma de encarar a vida agrada-me.

    Ana,
    É isso. Há que relativizar a ideia da morte.

    Carlos,
    Sim, mas não pensar na morte não implica ser pior pessoa.

    Briseis,
    Não pensar na morte não é ignorá-la. É só tentar viver mais leve e em paz. E como diz a papoila, os defeitos podem existir em qualquer um, independentemente da forma como a encaram.

    Papoila,
    Sou um bocado assim como descreves. Há sempre algo a planear, algo a sonhar fazer…

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  21. Flor de Jasmim,
    Planos desses já não me agradam...

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  22. Um dia de cada vez e, talvez, a morte nem seja assim tão difícil, acho que ainda vamos compreender melhor esta passagem... talvez a morte nem exista.

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