Lembro-me. Lembro-me de ser pequena e de olhar para aquela porta que tinha um postigo alto. Tinha que levantar a cabeça para ver o postigo envidraçado. À minha volta gente crescida conversava. E ouvia-se uma música na rádio. Eu lembro-me assim. Não sei se a memória me traz esta imagem como realmente aconteceu ou se é uma memória que se juntou a outras memórias e agora se confundiu. Mas lembro-me. Lembro-me de passar junto daquela porta e de olhar para o alto e de ver uma parte do exterior através do postigo envidraçado. Nevava. Nevava? Ou seria apenas a música que passava na rádio que falava da neve? Eu lembro-me de olhar pelo postigo alto e de ver nevar lá fora. Tanto quanto nevava na música que passava na rádio. Lembro-me que havia gente crescida na sala. A memória diz-me que eram as educadoras do jardim-de-infância. Só não sei se esta é a memória certa. Ou se me está a pregar uma partida. Talvez as educadoras pertençam a outra memória. E quem sabe se a neve faz parte de outra memória ainda. E que dizer da música que passava na rádio? Não sei ao certo. Mas é assim que me lembro.
Bom se nessa altura vivias em França, é possível. Agora no Algarve, sei não... :)
ResponderEliminarÀs vezes, essas memórias ainda da tenra infância surgem-nos assim como um sonho, sem maneira de sabermos se foram vividas ou sonhadas... :D
Beijocas!
Esta música lembra-me a escola e a professora de francês que numa aula trouxe para ouvirmos uma cassete com muitas músicas francesas
ResponderEliminarAinda ontem à noite, num outro blogue, ouvi essa canção. Todas as meninas da época se apaixonaram pelo Adamo. Como se apaixonaram pelo Cliff Richard, pelo Elvis Presley... : )
ResponderEliminarA nossa memória trai-nos muitas vezes... mas, para nós, é essa a única verdade que é compaginável connosco!
ResponderEliminarA memória do Adamo, e sobretudo desta canção, traz-me inúmeras (boas) recordações!
Gostei tanto de ler isto. Também a casa da minha infância tinha um postigo. Mas na minha rua nunca nevou.
ResponderEliminarEra uma canção que me encantava, aprendia francês por essa altura...que forma tão bonita de voltarmos aos outros tempos, tão ternos e tão "brancos" obg Luisa
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