Magra, de cabelo muito curto,
impecavelmente vestida com as suas calças de fantasia, sapatilhas, blusa azul-escuro, lenço ao pescoço, bem maquilhada, unhas arranjadas, pintadas de
vermelho, anéis e pulseiras, distingue-se completamente das demais. Apesar do
andarilho que leva à sua frente, ainda mostra agilidade. Dirige-se à mulher que
sai do refeitório. Não me digas que já estás com fome. Que não, responde-lhe a outra,
só fui buscar água. De onde me encontro, escapa-me boa parte da conversa, mas
percebo-lhe a genica e chegam-me excertos dos desabafos. Com a raiva que sente
até está capaz de ir a pé até Espanha, diz. Fala de quem a pôs ali. Foi ela,
insiste. Ainda arranjo um carro e vou-me embora. E um homem. Mas um novo, que
velhos não dá nada. Depois, levanta o andarilho e caminha para o elevador. Na sala já não há raiva e fica a faltar cor.
Um texto bem sentido!!
ResponderEliminarEspecial:- A vida sem a natureza jamais fará sentido (Poetizando...)
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Beijinhos e um bom Domingo.
Isso do andarilho deve ser coisas temporária...tal como a raiva de quem a pôs ali...
ResponderEliminarGosto de pessoas que mantêm o gosto em se arranjar, apesar dos pesares! Com mais ou menos colorido...
Beijinhos, bom passeio de Domingo, Luísa! :)
Deve sentir irá e muita tristeza.
ResponderEliminarUma tristeza nesta publicação.
ResponderEliminarHoje:- {Poetizando e Encantando } Embriagada na timidez de um sonho.
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Bjos
Votos de um Óptimo Domingo.
:))) Trivialidades que escapam à maior parte das pessoas, mas que se bem atentas, algumas, são verdadeiras pérolas !
ResponderEliminarUm rubrica muito interessante, Luisa ! :)
Esta, apesar do andarilho, bem apessoada e arranjada, não deixa de pensar no homem novo, que velho não dá ! eheheh
Cidália,
ResponderEliminarUma visita a um lar de idosos é sempre marcante.
Janita,
Talvez seja temporário, sim… Se bem que a partir de uma certa idade, o temporário também é um conceito relativo.
O passeio foi mesmo ao pé de casa. :)
Catarina,
Penso que sim.
Larissa,
Há tristeza, mas não só. Aquela mulher ainda tinha ali uma boa dose de alegria por usar, só que outros sentimentos estavam a embrulhá-la.
Rui,
Visitava a minha tia no lar e vendo esta residente, tão diferente de todos os outros idosos, já muito amorfos ou desligados da realidade, foi inevitável chamar-me a atenção.
Enquanto há VIDA Há ESPERANÇA e sonhar facilita e muito!
ResponderEliminarCostumo visitar uma tia minha que está no lar e comove-me a forma como na sua mente ... se faz transportar para locais que jamais voltará a visitar!!!
bj
Lugares deprimentes esses...
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ResponderEliminarHá uns anos atrás cheguei a acompanhar algumas vezes a minha sogra em visita a uma tia que estava num lar. Faleceu aos 97 mas sempre esteve muito "fresca", lúcida e quase sempre independente até ao final. Tinha também essa postura de elegância, procurava apresentar-se sempre no seu melhor e não gostava que a visitassem sem avisar, não fosse dar-se o caso de estar "menos própria" para receber visitas.
(^^)
fincar a vida. com unhas e entes...
ResponderEliminarGracinha,
ResponderEliminarÉ verdade. E eu sou até muito positiva, embora haja casos bastante tristes.
GM,
Infelizmente, serão ainda muito poucos e para poucos os lares que não nos deixem deprimidos quando vamos de visita.
Afrodite,
Enquanto se consegue manter a lucidez tudo tem outro brilho, outra alegria. :)
Manuel Veiga,
Era o que esta senhora parecia querer fazer…