Uma viagem inteirinha até Faro e
outra viagem inteirinha de Faro até casa com a dúvida instalada. Uma dúvida que
oscila entre a quase certeza e a inquietante incerteza. É incrível a
diversidade de coisas que me passam pela cabeça quando levo as mãos no volante.
E como coisa, puxa coisa, começo por pensar que tenho de comprar uma prenda
para a filha da minha prima que brevemente celebra aniversário. E o caso é que
essa minha prima me ofereceu, não há muito tempo, uma blusa. E acontece que há
dois dias atrás eu coloquei essa blusa na máquina para lavar. E depois saí de
casa, a passeio. E agora, com as mãos no volante, a caminho e Faro, já não sei
se pus mesmo a máquina a lavar. Só sei que nunca mais me lembrei da roupa, nem
da máquina. E só imagino a minha blusa, no meio de outras blusas, toalhas de
rosto, talvez uma ou outra calça, encerrada, molhada, amarfanhada no tambor da
máquina, certamente já com odor pouco recomendável. E sigo viagem nesta
inquietação. Faço o que tenho a fazer no destino tomado. E regresso, mãos no
volante, cabeça às voltas, ansiosa por chegar a casa para programar nova
lavagem, não dispensando aquele amaciador que cheira tão bem a angélicas e flor de
baunilha. E vou-me recriminando. Que despistada. Que descuidada. Que desmemoriada.
Mas talvez se tenha dado o caso de, há
dois dias, eu não ter ligado a máquina de lavar. Mas, não. Acho que liguei
mesmo. A minha memória está mais nublada do que aquele canto de céu. Ai, só eu. Já em casa, confiro a máquina de
lavar e lá está a minha blusa, em seco, com pouca companhia ainda, no tambor da máquina,
que se mantém de óculo aberto enquanto espera por mais abastecimento. Não sei se fico aliviada pela roupa, se fico
preocupada pela minha pobre memória. E não sei o que é pior, se este paupérrimo estado em que se encontra, se a minha crescente falta de confiança nela.
Luisa, esses esquecimentos ou dúvidas acontecem mesmo...Que bom que tua blusa estava a salvo,rs bjs, tudo de bom,chica
ResponderEliminarNão é a única, eu também esqueço coisas que nem pensava que um dia ia esquecer.
ResponderEliminarUm texto muito interessante.
:)
That rings a bell!!!
ResponderEliminarSituações muito semelhantes ao que acontece a muito boa gente!! ; ))
Quando a roupa é esquecida, molhada, por uns dias, começa a cheirar a mofo. E depois temos que usar vinagre e lavar uma e duas vezes para o cheiro desaparecer. ; ))
Ai estes nossos lapsos de memória...
Cá estou eu para te livrar dessa aflição, cara amiga!
ResponderEliminarFica feliz, fica feliz, fica feliz...a blusa e a restante roupinha estavam lá, sãs e salvas, sequinhas e sem cheiro a mofo.
Lapsos de memória? Por vezes chego à despensa e preciso retornar ao ponto de partida, ou seja, à cozinha, para me lembrar do que lá ia buscar. Não te serve de consolo? Mas devia!...:)
Saravá Luisa, alegra-te. Eu um dia destes deixei o ferro de engomar uma noite e um dia inteirinhos ligado...
ResponderEliminarEnquanto lia eu estava convencida que a blusa estaria bem...também me acontecem momentos assim, sobretudo à noite quando estou com sono ou quando foi algo que terei feito "em piloto automático" e depois porque na altura estava a pensar noutra coisa não me lembro...
ResponderEliminarNão me tendo a mim mesmo propriamente como um criativo, no entanto toda/os a/os criativos que conheço ou que já conheci por norma são esquecida/os, desmemoriada/os, despistada/os com relação às coisas mais práticas, objectivas e/ou prosaicas do dia a dia _ salvo que concretizar a criatividade seja um acto prático em si mesmo. Isto para dizer que, no entanto, eu mesmo me encontro nesse desmemoriado barco desde há muito, inclusive com coincidente extensão à Piedade AS e a todas as restantes comentadoras até ao momento, mas no limite a níveis como o da imediata comentadora Janita, em que muitas vezes tenho de voltar atrás no percurso de entre o que ia fazer e o facto de me esquecer do objectivo inerente a meio ou no final do percurso. Claro que há ou pode haver muitos factores a poder contribuir para isso, designadamente o facto de termos cada vez mais motivos de absorção/distracção, como por si só esta adicional coisa de sustentar páginas de realidade virtual, tanto mais se ao nível particularmente criativo como no caso concreto a própria Luisa sistematicamente aqui nos apresenta, pelo que sem absoluto prejuízo dos restantes coincidentes casos aqui expostos, em especial os que eu melhor conheço como o da Piedade AS, talvez (também) o caso da Luisa derive acima de tudo de motivo benevolamente criativo... ;)
ResponderEliminarAbraço, com votos de muita e boa criatividade que, no caso, compense o esquecimento da Luisa e nos compraza a nós que aqui a acompanhamos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar...por si só este texto e seu respectivo titulo por parte da Luisa é altamente criativo, a partir da, na circunstancia, mais prosaica e esquecida realidade prática :)
ResponderEliminarP.S. Tudo sem excluir que de entre eu ter começado o meu primeiro comentário e o ter publicado, foram introduzidos mais dois comentários (Gaja Maria e redonda), também eles coincidentes com o desmemoriado/despistado fenómeno em causa.
Ó meu Deus! Como te compreendo!... Eh eh eh eh...
ResponderEliminarBeijinhos
A tua blusa não requer preocupação porque está bem, já a memória é mais ou menos tipo a minha!
ResponderEliminarQuando vou à máquina para tirar a roupa supostamente lavada para colocar no estendal e verifico que a máquina lavou sem roupa, tendo eu a certeza que a tinha colocado na máquina, ao fim de procurar a roupa em tudo quanto é lugar que poderia estar, não encontro, sento-me e começo a andar com a cassete para trás, vi o filme na minha cabeça, os movimentos e não chego a nenhuma conclusão onde estaria a roupa, intrigada e sem sono, 2 dias depois finalmente encontrei a roupa ainda por lavar entro da arca congeladora, não sei se deva rir ou ficar preocupada, quando consigo colocar uma blusa de seda dentro da panela de caldo verde a ferver e a mexer com a colher de pau, mas estas são apenas 2 de muitas coisas estranhas que me acontecem.
Beijinho Luísa
Luísaaaaaa... Bem-vinda ao Clube!!! Faço parte com "distinção"... HAHAHAHA...
ResponderEliminarAbraço.
Quem é que atira a primeira pedra?
ResponderEliminarEu não que tenho telhados de vidro.
Diria mesmo que está engraçado este poste com um relato tão real e que é próprio do todo o Ser-Humano .
ResponderEliminarBeijinhos eu vou esquecendo e muitooooo.
Chica,
ResponderEliminarO pior é que me acontecem cada vez mais.
Piedade,
Chego a inquietar-me com tanta falha de memória que vou registando…
Catarina,
Foi um alívio verificar que afinal não tinha ligado a máquina… Estes esquecimentos tiram-me do sério, mas já percebi que estou condenada a tê-los cada vez mais…
Janita,
Ai, essa de ter de voltar ao ponto de partida também conheço… Às vezes não chega a ser senão dar meia volta e a coisa já volta. :)
GM,
Esse ferro devia ter um bom termostato, não? :)
Gábi,
Pois, o cansaço e a distração acabam por favorecer estes despistanços. :)
Victor,
Pode até ser que os criativos tenham maior pendência para a distração, mas neste meu caso é mesmo a chamada pdi… :)
Graça,
Ao menos sinto solidariedade… :))
Adélia,
Bem… Essas tuas histórias ainda ganham à minha. :) Quando elas nos acontecem não achamos muita graça mas passado algum tempo já nos podemos rir, certo? :)
Célia,
É bom, para eu não me sentir só. :))
Pedro,
Olha, mais um a fazer-me companhia. Reconfortamo-nos mutuamente. :)
O meu Velho Baú,
Afinal todos passamos por isto. :)
Mulher atarefada até em pensamentos!!! Bj
ResponderEliminarGracinha,
ResponderEliminarConfesso que estes pensamentos andaram na minha cabeça em roda viva... :)
heheheh
ResponderEliminarA propósito da pdi... lembro-me de receber há uns valentes anos um PPT que me fez rir a valer por causa de mil e uma peripécias geradas pelos esquecimentos do dia-a-dia.
Vou procurar... e se encontrar reenvio-to.
Beijinhos ricos em fósforo
(^^)
Afrodite,
ResponderEliminarEnquanto nos vamos rindo de nós próprias ainda vamos bem. :)