Nestes tempos de abundância,
voarei sobre palavras tuas.
Planarei, lenta, absorvendo devagar o aroma
que delas se evola.
E mergulharei, como ave marinha que, veloz, fende a água
em busca de alimento.
E hei de levar histórias tuas presas na minha boca,
para que sejam provisão
nos invernos que sei,
tarde ou cedo,
se abaterão sobre nossas vidas.
Tal como a formiga que trabalha durante o estio para guardar os alimentos para os dias difíceis de inverno. Beijinho Luisa
ResponderEliminarE quem não sabe fazer isso no Verão
ResponderEliminarestá perdido no Inverno.
Está tão bonito, luisa.
Recordações quentes para aquecerem os dias frios de inverno :))
ResponderEliminarBjs
Belo, muito belo.
ResponderEliminarE são já estas belas palavras, cálida "provisão" para contrariar o frio de qualquer Inverno, na vida de cada um de nós, que temos o privilégio de as ler e de passar a transportá-las na Alma, se possível na boca _ ainda que neste último caso dependendo da memória objectiva de cada qual!
Abraço com estima
Chapelada para tão belo texto!
ResponderEliminar
ResponderEliminarLuisa, que bom a ter a certeza que o inverno chegará!
com tanto calor....
beijinhos
Angela
E não é um bom agasalho? Uma felpa macia? Envolvermo-nos assim numa mantinha de retalhos cosidos uns aos outros amorosamente...não posso pensar em invernos embora saiba que chegam pontuais. E os sinta e sofra. Vai haver um em que escorregamos sem remédio, nada nos segura, nenhum calor a bastar-nos. Mas, quem sabe, nessa altura precisamos descansar de ser gente. E seja dádiva. Logo se vê. Há uma eternidade para pensá-lo. Vamos ater-nos ao que somos: seres vivos, pensantes, de coração aberto.
ResponderEliminarO pensamento é uma arma terrível. E bálsamo amorável.
Lindeza de poema. As palavras como rede suspensa onde alguém se passeia sem equilíbrios.
GM,
ResponderEliminarÉ um pouco isso. Sentimento, como alimento. :)
Teresa,
Estou a prevenir-me. :) Obrigada!
Papoila,
Armazeno calor, mesmo que ilusório.
Victor,
Obrigada. Bom seria mesmo se estas palavras amenizassem um qualquer inverno.
Pedro,
Obrigada pela sua gentileza.
Ângela,
Certeza, certeza não tenho… :)
Bea,
Gosto muito dessa sua ideia de mantinha de retalhos (que imagino macia) e das palavras como rede suspensa. :)
a serenidade para viver o momento presente, e, quando o inverno vier, não deixar que o frio apague a sensação do que foi quente, sabendo que outras estações virão sempre.
ResponderEliminarna verdade a imagem da manta de retalhos não me pertence. Foi pedra rara que guardei, um momento de suspensa pureza cristalina que me faz companhia. Quiçá, quem as proferiu nem delas tenha memória. As pessoas passam, transformam-se fora e dentro de nós. Mas nada apaga a densidade ingénua e sincera do dito. São estrelas cadentes a riscar no céu só para nós. Quando naturais, só nas palavras ficamos o que somos. Ou fomos.
ResponderEliminarnunca vi um estio tão belo... muito bom :)
ResponderEliminarAna, bea, Manel Mau-Tempo…
ResponderEliminarPerdoem-me a demora, mas andei fugida. Obrigada pelas vossas palavras.
Sim, Ana, quero viver a serenidade da passagem e da renovação do tempo, estação após estação.
Pois, bea, e tanto nos vamos transformando que por vezes nem nos reconhecemos nas palavras escritas em momentos passados.
Ah, Manel, isso vindo de ti é muito bom. Logo tu que és dos ventos e das tempestades.