O caminho até ao carro
cresceu, agora que o faço com vagar forçado. Sigo de olhos postos no chão para
não correr o risco de tropeçar num desnível da calçada. Ainda meio coxa, com
passos pequenos, a medo, sigo desejando que cada técnico e cada político responsável
pelos passeios das cidades sofra uma entorse, razoavelmente grave, a ponto de
influenciar a sua escolha de pavimento nas próximas obras que empreender. Concentro-me
no empedrado irregular da calçada e quase não vejo o que se passa à altura dos
meus olhos. Só nos atravessamentos de ruas levanto a cabeça e alargo
horizontes. O meu azedume quebra-se um pouco e sorrio quando me preparo para
cruzar uma passadeira entre dois carros e vejo a mulher que conduz um deles
apanhar o cabelo que lhe aquece a nuca e prendê-lo no alto da cabeça com uma
mola de roupa azul.
Caminhar em olhar atento ... recomenda-se!!!bj
ResponderEliminarHá assim umas improbabilidades que nos salvam o dia!...:)
ResponderEliminarGostei.
Ahahaha, Sempre com o olhar de fotografa!!!
ResponderEliminarBjs
Um dia pede a alguém que te acompanhe enquanto caminhas pelos passeios, para tirar fotografias de todos os buracos que encontrarem nesses passeios em condições perigosas para depois as enviares para alguns jornais comunitários ou nacionais de forma a chamares a atenção para essa negligência
ResponderEliminarinadmissível
Ainda que perecível calçamentos prontos a nos derrubar... você, Luíza poetiza a cena! Beleza!
ResponderEliminarAbraço.
Vai devagar, mas qualquer dia já anda quase sem olhar o chão, habitua-se de novo. E pode fotografar.
ResponderEliminarHummm...um mola da roupa. Bem feito e melhor observado.
Melhorinhas das convincentes
Gracinha,
ResponderEliminarÉ o que faço. O medo de torcer o pé ainda não totalmente refeito é grande.
Tb,
O inesperado sempre nos surpreende. Bem-vinda a este espaço. :)
Papoila,
Há coisas que não escapam… :)
Catarina,
A questão é mesmo sobre a escolha que em Portugal se faz para pavimentar os passeios das localidades. Bem sei que a calçada é tradicional mas penso que bastaria manter aquela que tem valor histórico e patrimonial. A questão é que se continua a optar por blocos de pedra que já não são colocados com os devidos cuidados e que são do mais desconfortável que existe para caminhar. Pior ainda quando as raízes das árvores entram em cena e quando se soltam pedras abrindo buracos. Resultado não temos cidades acessíveis e as pessoas com mobilidade reduzida sofrem ainda mais.
Célia,
Digamos que tento libertar a tensão com algum humor. Não sei se isso é poesia. :)
Bea,
Anseio por esse dia. Agradecimentos absolutamente convencidos. :)
Nunca tinha pensado nessa utilidade para uma mola :)
ResponderEliminarDevia ser o que tinha à mão :)) Eu já prendi o meu com um clip eheheh
ResponderEliminarGábi,
ResponderEliminarNem eu... :)
GM,
Pois devia. O que também não deixa de ser engraçado pois ela estava no carro, a conduzir... :)
Luísa, gosto muito do olhar que pões nas coisas.
ResponderEliminare sim, acho que é poesia :)
Obrigada, Laura! Poesia têm seguramente as tuas pequenas coisas. :)
ResponderEliminarVou passar a olhar para as molas com outros olhos, depois de ler este post!...
ResponderEliminarÉ sempre possível descobrir uma utilidade alternativa, das coisas...
Beijinhos
Ana
Ana,
ResponderEliminarEu também nunca tinha pensado nesta função para uma mola de roupa. Mas agora também não preciso, cortei o cabelo... :)