sábado, 27 de maio de 2017

Ontem de manhã

À primeira hora do meu dia de trabalho, aquela em que inicio a viagem diária na nacional 125, dei por mim, sem escapatória, presa na fila de trânsito que crescia nos sentidos este e oeste de mais uma rotunda em construção. O dia fazia-se escuro e finas gotas de uma chuva breve agitavam de longe em longe o limpa-para-brisas. Conformei-me com o meu atraso que engrossava na exata medida da fila de carros parados, aumentei o som do rádio  e segui a dez à hora, sentada, de mãos no volante, quase imóvel. Imóvel por fora. Porque por dentro, bem dentro de mim, balançava-me nos teus braços ao som do tango que saía dos dedos do acordeonista e girava nas ondas do éter.

11 comentários:

  1. Que ótima opção fizestes! Parabéns!
    Abraço.

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  2. Que romântico compasso de espera.

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  3. Gracinha,
    Acho que ninguém gosta. :)

    tb,
    O sonho é que comanda. :)

    Célia,
    Há que arranjar estratégias para aguentar contrariedades. :)

    bea,
    Sou uma romântica incorrigível. :)

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  4. É muito bom termos a companhia da música quando somos forçados a parar pelo trânsito :)
    (já pensei em ler um livro mas ia correr o risco de ser buzinada)

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  5. Foi a arte da transformação. Uma coisa má numa coisa boa :)

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  6. Gábi,
    Pois, acabavas tu por fazer engrossar a fila de trânsito. :)

    GM,
    Foi forma de fugir ao stress. :)

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  7. Que melhor forma de aproveitar o tempo... senão também saber aproveitá-lo cá por dentro...
    Sem dúvida uma excelente opção!
    Beijinhos
    Ana

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  8. Ana,
    Quando ficamos presos no trânsito há que arranjar doses redobradas de paciência. Os devaneios ajudam. :)

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  9. Trânsito complicado e poesia no ar... achei belo!

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