segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Uma palavrinha
Que palavrinha? Nuvrinhar.
Não é linda?
domingo, 30 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
Hoje, na horta
... da fava
... do morango
... do maracujá
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Janeiro em Vilamoura
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Flores na beira da estrada
domingo, 23 de janeiro de 2011
sábado, 22 de janeiro de 2011
A vida secreta dos objectos - A leiteira de alumínio
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Deriva continental
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Leve
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
domingo, 16 de janeiro de 2011
sábado, 15 de janeiro de 2011
O livro
Quitéria ia pelo menos uma vez por semana ao hipermercado. Morava ali perto e o novo hábito de ir até ao vasto espaço comercial tinha rapidamente substituído o velho hábito de ir à mercearia que ficava no quarteirão a seguir ao da sua casa. Além disso, o hipermercado tinha outros motivos de interesse.
Quitéria entrava e detinha-se logo na primeira secção à direita, olhando demoradamente os escaparates dos livros. Ficava fascinada com as imagens das capas e com a forma e cor das letras que desenhavam os títulos. Gostava também de ver as fotografias dos autores que se apresentavam nas badanas ou nas capas posteriores dos volumes expostos. Agarrava um ou outro exemplar, folheava-o e admirava as letras que se alinhavam, certinhas, em palavras de diversos tamanhos que preenchiam cada página do livro. Depois, o tempo apressava-a e dirigia-se aos corredores dos produtos alimentares para, rapidamente, recolher aquilo de que estava a precisar. Passava na caixa, pagava e seguia com o seu passo manco, de regresso a casa.
Naquele Sábado, Quitéria demorou-se a folhear o livro que tinha, na contracapa, a fotografia da apresentadora de televisão que costumava ver todas as manhãs enquanto lidava na cozinha. Estava exposto perto daquele que trazia a fotografia do famoso jogador de futebol. De repente, Quitéria decidiu-se. Virou para a secção de papelaria e foi até à prateleira dos cadernos. Já ali tinha estado anteriormente. Sabia o que queria. Avistou o caderno de capa rija e vermelha, pegou-lhe e apressou-se a passar na caixa.
Em casa, sentou-se à mesa da cozinha, abriu o caderno e começou a sua obra.
Quitéria tinha aprendido, em tempos, a escrever o seu nome completo. Lembrou-se da professora que lhe elogiava a caligrafia. Quitéria desenhava as letras muito certinhas.
Quitéria Raminhos da Silva.
Da primeira à última página, inscreveu repetida e laboriosamente o seu nome. Quitéria Raminhos da Silva. Terminou ao final da tarde. Doía-lhe o pulso, mas estava satisfeita. Retirou da gaveta aquela fotografia em que gostava de ser ver e colou-a na capa vermelha do caderno.
Sorriu para si própria. Finalmente, também ela tinha escrito o seu livro.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Entardecer
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
O baloiço
Naquele tempo, a rua da minha casa pegava com a rua da casa da minha tia. Juntavam-se numa faixa de terra, pó e pedras grossas. Daquelas pedras que fazem o barrocal algarvio. Naquele tempo, a rua da minha casa não era o caminho público, hoje feito estrada, que passa a sul. Era a rua como extensão da casa. O pátio.
A minha rua dava para as traseiras da cozinha da minha tia, um edifício separado do resto da casa. Dava também para as traseiras do forno onde se cozia o pão e se torravam os figos.
Ali, onde a rua tomava certa inclinação, erguia-se uma velha alfarrobeira e, para deleite das crianças, alguém entre os adultos tinha escolhido uma aba grossa daquela árvore para dependurar um baloiço. Um simples assento de tábua, preso por duas fortes cordas. Mas era suficiente para os meus alegres voos entre o rubro da terra e o azul do céu que se confundia, no horizonte, com o azul do mar.
Na sombra da alfarrobeira, sentada no baloiço, eu voava. Mas não via só o céu. Via também o lastro vermelho vivo de uma malva que crescia rente à parede de cal e areia da casa da minha tia.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
domingo, 9 de janeiro de 2011
sábado, 8 de janeiro de 2011
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
A que cheira o Benfica?
Das duas, uma. Ou são aromas inexistentes na natureza ou são tão bons que até se encontram esgotados no mercado.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
A cabra
Porque olham assim para mim
Com esse ar de preconceito?
Uso brincos, e daí?
Sendo cabra, não terei esse direito?
Não percam a compostura
Ao fitar-me assim de lado
Saibam que não é loucura
Uma cabra usar brincos.
Ao menos eu me distingo
No meio do outro gado.
Para ver a vossa figura
E perceber que em todos
Pode haver algo diferente
Sem que isso mude a estrutura
Da massa que vos faz gente.