Hoje não houve passeio. Digamos que foi um domingo mal aproveitado. Vale-me um sábado deste abril para salvar a honra do dia.
domingo, 29 de abril de 2018
sábado, 28 de abril de 2018
quinta-feira, 26 de abril de 2018
Toalhitas
Tenho mil pensamentos aos
encontrões no reduzido espaço da minha caixa craniana. Enquanto um deles se
sobrepõe aos restantes e me faz desligar do espaço que me rodeia, pego nas
toalhitas e empreendo a tarefa de me desmaquilhar, coisa que não requisita
muito pensamento, mas sempre precisa de algum. Apenas o suficiente para
perceber que em vez das toalhitas desmaquilhantes agarrei nas toalhitas de
papel higiénico húmido. São hipoalergénicas, com ph neutro e sem álcool. Menos mal.
terça-feira, 24 de abril de 2018
segunda-feira, 23 de abril de 2018
domingo, 22 de abril de 2018
sexta-feira, 20 de abril de 2018
quinta-feira, 19 de abril de 2018
Lutas
Em luta contra os excrementos dos
pardais que, como todos os anos por esta altura, voltam a fazer ninho entre as
canas e as telhas do meu alpendre e me conspurcam o pátio todo; em luta contra os
desgraçados dos passarinhos mortos, ainda sem penas, caídos ou jogados fora dos
ninhos pelos progenitores e que recolho para o lixo antes que as formigas ataquem;
em luta contra os caracóis e as lesmas escondidos entre as folhas das alfaces
que preparo para a salada do jantar; em luta contra as molas que teimam em
cair-me das mãos quando penduro a roupa no estendal; em luta contra o feitiço
da lua, que me espreita, já crescente, mas de que não falarei. Uma canseira de
vida.
terça-feira, 17 de abril de 2018
Cor-de-rosa
Dedicada à Janita, que diz gostar de flores simples e que, vendo há dias um passeio meu a preto e branco, referiu só conseguir imaginar uma papoila em vermelho.
segunda-feira, 16 de abril de 2018
Felicidade
É bom ter filhos? …
pergunta a jovem à mulher mais velha. E prossegue, no seu sotaque com vogais
abertas, minha mãe sempre disse que só
foi verdadeiramente feliz quando me teve.
domingo, 15 de abril de 2018
quinta-feira, 12 de abril de 2018
Preguiça
Sob a fina chuva da manhã, um
grupo de mulheres, residentes estrangeiras, corre na berma da estrada. Todas envergam
fatos fitness coloridos. Ultrapasso-as acelerando até aos 40km/h mas logo
reduzo para deixar atravessar meia dúzia de patos que passeiam nas imediações
da casa do dono, um vizinho da rua. Mais adiante, no cruzamento, segue um grupo
de mulheres da terra na sua caminhada matinal. Vestem de escuro e abrigam-se
com guarda-chuvas. Uma delas acena-me em cumprimento. Viro à esquerda para ir
apanhar a N125, não sem peso na consciência por ter abandonado as minhas
caminhadas noturnas e andar feita com a preguiça vai para meses.
domingo, 8 de abril de 2018
sábado, 7 de abril de 2018
Raiva
Magra, de cabelo muito curto,
impecavelmente vestida com as suas calças de fantasia, sapatilhas, blusa azul-escuro, lenço ao pescoço, bem maquilhada, unhas arranjadas, pintadas de
vermelho, anéis e pulseiras, distingue-se completamente das demais. Apesar do
andarilho que leva à sua frente, ainda mostra agilidade. Dirige-se à mulher que
sai do refeitório. Não me digas que já estás com fome. Que não, responde-lhe a outra,
só fui buscar água. De onde me encontro, escapa-me boa parte da conversa, mas
percebo-lhe a genica e chegam-me excertos dos desabafos. Com a raiva que sente
até está capaz de ir a pé até Espanha, diz. Fala de quem a pôs ali. Foi ela,
insiste. Ainda arranjo um carro e vou-me embora. E um homem. Mas um novo, que
velhos não dá nada. Depois, levanta o andarilho e caminha para o elevador. Na sala já não há raiva e fica a faltar cor.
quinta-feira, 5 de abril de 2018
A biblioteca
Quando estou numa biblioteca, qualquer biblioteca, tenho a sensação de
ser transportado para uma dimensão puramente verbal, por um passe de magia que
nunca compreendi inteiramente. Sei que a minha verdadeira história, toda ela, está
lá, algures nas prateleiras, e tudo o que preciso é de tempo e de sorte para a
encontrar. Nunca acontece. A minha história continua a escapar-me, porque nunca
é a história definitiva.
Alberto Manguel
Embalando a minha biblioteca: uma elegia e dez divagações, Tinta da
China, 2018.
segunda-feira, 2 de abril de 2018
Ter uma carta na manga
A fotografia não é minha, nem a ideia.
Não saberei atribuir-lhe os créditos pois desconheço o autor. Mas agradeço ao
Pedro Coimbra do blog Devaneios a Oriente que, desde Macau, se lembrou da minha
série dedicada às expressões e me fez chegar esta (embora eu tenha recortado da
imagem a parte das palavras que a ela estavam acopladas) que descobriu no
Facebook de uma pessoa amiga. Ainda pensei montar um cenário e fotografar eu
própria esta expressão, mas com tanta história de plágio que por aí anda, achei
melhor não prevaricar.
domingo, 1 de abril de 2018
Passeio de domingo (402)
Um passeio de domingo mentiroso para fazer jus à data, já que na realidade é um passeio de sábado à tarde nos jardins da Gulbenkian. Para hoje, fora de mentiras, ficam os meus sinceros votos de uma Páscoa Feliz a todos os visitantes desta esquina.
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