…motivada por uma significativa falta de agilidade no braço
e mão esquerdos conjugada com uma imperiosa necessidade de poupar o braço e mão
direitos aos efeitos perniciosos de um rato de computador que, por estes dias,
se estão a manifestar de forma aguda.
domingo, 24 de julho de 2016
quarta-feira, 20 de julho de 2016
terça-feira, 19 de julho de 2016
Chamada perdida
Somos quatro e almoçamos na mesa da esplanada do restaurante
para aproveitar a fraca brisa que passa de vez em quando. Começa a ouvir-se uma
música, como se saísse de um altifalante. Curiosa, interrompo a nossa conversa
e pergunto repetidamente, mas de onde vem esta música? Mas de onde vem esta
música? Todas percebemos em simultâneo que a música, afinal, vem da mesa ao lado
onde uma mulher toma café na companhia de um computador portátil e de um telemóvel.
A música cessa com a chamada perdida que ela não atendeu. Uma de nós tem a
língua destravada e resmunga, em tom de se ouvir, que dispensa toques de telemóvel
em altos berros enquanto almoça. Eu calo-me e mastigo como se não fosse nada
comigo. Outra de nós faz o mesmo enquanto uma terceira fala de um tema
relacionado com a manhã de trabalho no escritório.
A mulher do telemóvel e do computador portátil torce-se na
cadeira e vira-se para trás de modo a encarar o nosso grupo. Tem unhas longas,
cor-de-rosa choque e afiadas como garras. O seu olhar cruza o meu e fuzila-me. Cobardemente,
finjo que na minha mesa ninguém deu por ela. Levanta-se, por fim, e afasta-se
de andar dolente na sua saia de tigresa. Entretanto, o telemóvel não voltou a tocar.
segunda-feira, 18 de julho de 2016
Invasões francesas
No supermercado já me vou habituando às caixas self-service.
Tal como me habituei a abastecer, eu própria, o automóvel porque já não
encontro nenhuma bomba de combustível com funcionários que o façam, também a
pressão das longas filas, conjugada com a pressa, acaba por me encaminha para o
DIY ou seja para o trata tu do assunto.
E hoje, assim foi. Lá segui com a minha embalagem de costeletas
para a máquina self-service que estava livre e, concentradíssima nas instruções
que ela me ia passando a cada toque no ecrã, efetuei o meu pagamento. De tão concentrada
que estava, só quase no final da operação me dei conta que a máquina estava a
comunicar comigo em francês.
Oui, vous me lisez bien. En français.
domingo, 17 de julho de 2016
Passeio de domingo (316)
Hoje ponho o tempo a andar para trás. Recuo algumas semanas
e trago o passeio de uma tarde quente de junho, pelas ruas antigas de Loulé.
quarta-feira, 13 de julho de 2016
Julho
Julho está a correr na sua máxima força. O trânsito da cento e vinte cinco já importou boa parte do movimento citadino dos grandes centros nacionais; as motos de alta cilindrada começam a chegar para a sua concentração anual e para ajudar na animação infernal desta e de outras vias; o calor aperta; os campos secam ao sol e eu só me apetece entrar em estivação.
domingo, 10 de julho de 2016
sexta-feira, 8 de julho de 2016
Uma tela
um grito de
argila
ecoa sobre o veludo
azul e
fixa-se num canto da tela
virgem e
aí toma forma
em natural abstrato
de inspiração
divina
terça-feira, 5 de julho de 2016
segunda-feira, 4 de julho de 2016
Posts escolhidos
Com gente dentro, no “Impontual”.
De manhã, mesmo quando já é noite. Em “ela.a.outra”.
Com um coração fora do peito, em “de dentro para fora”.
Seguindo os trilhos da infância, no “Letras são papéis”.
Profanando metáforas, em “mar arável”.
Razando o zénite, no “Relógio de Pêndulo”.
domingo, 3 de julho de 2016
sábado, 2 de julho de 2016
O mar
Hoje ofereço-te o mar. Pode ser? Não que o tenha aqui
fisicamente, não. À vista, tenho dele apenas uma pequena nesga que vislumbro
numa linha de horizonte ligeiramente côncava e recortada pelo verde das
árvores. Mas tenho-o todo guardado em mim, emoldurado dentro do peito. E há dias
como este, em que se lhe soltam as vagas e não consigo contê-lo.
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