Um passeio agendado previamente, na cor lilás – de acordo com o espírito da semana que se inicia – para ficar por aqui em tempo de pausa pascal.
domingo, 29 de março de 2015
quinta-feira, 26 de março de 2015
Rosa
Despiu-se sem pudor, deixando-se cair aos poucos sobre a
mesa. Percebia-se que era uma rosa com as emoções à flor da pétala.
terça-feira, 24 de março de 2015
As flores
Apetece-me parar o carro na beira da estrada só para ver de
perto as flores que crescem onde bem lhes apetece. Umas, solitárias no meio do
verde. Outras em grupo, muito juntas, como quem tem segredos a partilhar. E há
ainda aquelas que se espalham pela berma como quem forma barreira e marca
território.
Apetece-me parar mas a hora de entrada no trabalho está de
vigia, lá à frente. Espera por mim com ar de patroa, sobrancelha arqueada e mão
na anca. Sem outro remédio, sigo viagem. O sol vai baixo. Brinca com a cor
branca dos lírios, refulge no carmim das papoilas e ainda goza comigo
forçando-me a baixar a pala do carro.
Um dia troco as voltas a isto e faço como as flores de beira
de estrada. Fico onde bem me apetecer.
domingo, 22 de março de 2015
sábado, 21 de março de 2015
Poesia (3)
O ar passa
A t r a v é
s d a s p a l a v r a s
António Ramos Rosa (Declives, 1980)
Poesia (2)
As minhas poesias são jóias
Mesmo que sejam muito más
Adília Lopes (O peixe na água, 1993)
Poesia (1)
Na poesia procuro uma casa onde o eco
existe sem o grito que todavia o gera
Gastão Cruz (Rua de Portugal, 2002)
quarta-feira, 18 de março de 2015
Chuva
O dia não foi lá grande coisa. Começou com um desvio no
trânsito. Acidente, dizia a placa vermelha que cortava a estrada. Soube-se
depois, pelos jornais da net, que um jovem de vinte anos encontrou a morte
pelas seis e meia da manhã. Não o conheço, mas pela idade é como se conhecesse.
É demasiado próximo da idade de dois pedaços de mim. É suficiente para fazer borbulhar
a angústia de uma potencial perda. O medo a pensar que não, que nem sempre
acontece só aos outros.
O dia não foi lá grande coisa. Trabalho e pequenas
contrariedades. Muito trabalho e muitas pequenas contrariedades. Mais notícias
negras nos jornais da net. Mais acidentes rodoviários. Atentados terroristas.
Turistas mortos. Listas vip alarmantes. A C. a explicar que tudo resulta de uma
conjugação astral e que a coisa não vai melhorar tão cedo. Eu a pedir-lhe
licença para me rir. Se calhar fiz mal. Chorar talvez fosse mais acertado. Pelo
menos era condizente com a chuva e tinha alguma serventia. Tal como a chuva me
lavou o pó do carro, talvez o choro me tivesse lavado a alma.
terça-feira, 17 de março de 2015
De quem eu gosto, até às paredes confesso...
Assim, de mansinho, os pinta-amores vão se chegando ao blogue ali do lado. Já são 50. Os meus, os da MJ, os do Jorge Esteves, e os de
muitos cúmplices que estão a aderir a este projeto e que, com simpatia e entusiasmo,
nos vão enviando contributos.
Já espreitaram as últimas declarações?
domingo, 15 de março de 2015
Passeio de domingo (238)
Para mais um domingo em que prevejo não aceder ao
computador, deixo aqui um passeio previamente agendado. Em Silves, com gaivotas
e cegonhas.
quinta-feira, 12 de março de 2015
Novo mundo
Vou mudar o mundo. Mudarei o mundo que me cerca, aquele que
todos os dias me enleia. Descobri que posso fazê-lo. Mudarei o mundo que está
ao meu alcance, aquele que tem a minha dimensão. O meu mundo. Vou mudá-lo nos contornos de mim própria, nos
cansaços que vou sacudir, nas misérias que vou varrer, nas vontades
que vou arejar, nos sonhos que ainda vou viver.
Sei que vou mudar o mundo. Vou mudá-lo todos os dias, um
pouco de cada vez.
terça-feira, 10 de março de 2015
domingo, 8 de março de 2015
Quebrar silêncios
Noto agora como custa quebrar certos silêncios. Cuidei que
facilmente aqui deixaria impressas palavras justapostas e devidamente
compostas. Um verso, talvez. Uma trova. A rima, porém, não está em mim. Não está
aqui. E as palavras, malvadas, riem-se. Fazem pouco. Bem as vejo esconder-se por
debaixo do teclado. Formam-se e deformam-se. Dizem-me e desdizem-me. Deslizam. Rodopiam.
Entontecem-me. Não quero saber. Por hoje, desisti.
domingo, 1 de março de 2015
Passeio de domingo (236)
Para domingo em trânsito, calha um passeio agendado
previamente. Este é a continuação do da semana passada, junto à antiga
Estalagem da Cegonha, em Vilamoura.
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