Enquanto manuseio um venerável dicionário de latim-francês,
imagino o estudante de Coimbra, nos longínquos anos de 1800, a consultá-lo na aula e a
gerir o seu enfado desenhando retratos do professor e dos colegas nas margens
do calhamaço com mais de mil páginas. Desenha também iniciais com profusão, o
seu nome, repetido à exaustão, assim com o da cidade.
Dias há em que se inspira e verseja. Leio e enterneço-me com
as suas doces palavras.
Sigo folheando a relíquia e vejo que o romântico estudante também
tem dias com pendor escatológico. Acho
graça. Por certo, o estudante de Coimbra dos longínquos anos de 1800 nunca imaginou que,
passado mais de um século, alguém que, nem seu descendente é, viesse a
bisbilhotar-lhe os devaneios.
Em qualquer caso, o latim deve-lhe ter feito mossa. É que o
estudante de Coimbra, entendeu dever fixar para a posteridade, na margem de
mais uma das folhas do dicionário, a data em que concluiu a disciplina.
Fizeste-me rir com esse teu Post !!! :))
ResponderEliminar:))
ResponderEliminarDevaneios hilariantes!
xx
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ResponderEliminar▐▌─────▐█▄▄█▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄
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─▀██▄██▀────────█▀█▀█.....Excelente Pots!...★MaRiBeL★
Muito bem!
ResponderEliminarUm post muito original.
Engraçado, sim senhora.
ResponderEliminarContudo, especialmente neste post, a palavra "idos" está mal empregue...
Palavras para quê?
ResponderEliminarÉ um artista de Coimbra e está tudo dito! :))
Bfds
Muito obrigada Gi, pelo reparo. Acabei de corrigir a expressão. Com estas lições não mais me vou esquecer do significado de "idos". :)
ResponderEliminarDemais :)
ResponderEliminaro latim é muito bravo..ehehe
Sónia
www.tarasemanias.pt
ResponderEliminarSabes que adoro folhear livros antigos e imaginar-me a recuar no tempo e imaginar as pessoas que o folhearam antes de mim??
Esse livro é uma preciosidade! E os palavrões... acho que nem Bocage se lembraria de os escrever nas páginas de um livro de Latim! hehehe
Beijinhos vivos!
(^^)
rsrs ... Imaginar o aluno (ou até o mestre, sei lá? ) a ir escrevendo "essas coisas" que lhe vinham à cabeça ! rsrs
ResponderEliminarUma estranha forma de abstracção, ou distracção, ou expressão de sentimentos (principalmente atendendo a que se tratava de um "respeitável" livro)! ... :))
... e já repararam na caligrafia ? ... dantes era assim ! Hoje, quase não se consegue ler ! rsrsrs
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Fiz latim em não sei quantos de Julho de 1965... no Liceu Maria Amália e tive 16. O meu dicionário era latim-português e português-latim mas não tem esse tipo de anotações.... que pena!!
ResponderEliminarMagnífico -- e a escatologia até parece arte, com tal caligrafia.
ResponderEliminarBoa noite.
In illo tempore, estou certo, aprendia-se e apreendia-se algo em Coimbra. Tudo se foi desvanecendo…
ResponderEliminarHoje, sair da academia como portador do grau de mestre é desmedidamente mais fácil do que, no meu tempo, sair com o de bacharel. Enfim… “turbo-formação” equacionada pelo binómio: “minimização” dos gastos / lá fora desenrasca-te.
Não vi o “idos”. Julgo, contudo, que hoje é pacífica a sua utilização. Perfeccionismos à parte, “idos” adentrou-se na língua portuguesa com uma acepção muito diferente da original. O que eu vejo é o emparelhamento, tanto semântico como sintáctico, com o particípio passado do verbo ir (ido). Comummente, “idos” adquire a acepção de “passados”(que já foram, distantes). E, neste sentido, não é errado dizer-se: “nos idos anos oitenta”. Nem tão-pouco: “nos idos do século XIX”. A função principal da língua é a comunicação clara e objectiva. Não acredito que alguém, nosso contemporâneo, tome “idos” pelo dia quinze de um dado mês.
O mesmo se passa quando eu digo: "tens carradas de razão", por exemplo...
http://fali-vendo-me.blogspot.com
As palavras poderão não ser muito bonitas, mas a letra é linda!
ResponderEliminar:)
É tão enternecedora esta viagem no tempo na intimidade de um livro.
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