terça-feira, 31 de maio de 2011
domingo, 29 de maio de 2011
sexta-feira, 27 de maio de 2011
A noite do pardal
quinta-feira, 26 de maio de 2011
O meu azulejo
E desse lado…. Há alguém que também tenha pintado um azulejo na escolinha?
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Tutti Frutti
Fixe!
terça-feira, 24 de maio de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
O homem das crocs azul-turquesa
Seja verão ou seja inverno, o homem que está sempre sentado numa esplanada da avenida tem sempre as mesmas crocs azul-turquesa nos pés.
As suas feições são grosseiras e tem uma barriga grande. Vejo-o de manhã e vejo-o de tarde. Pergunto-me se terá alguma ocupação na vida ou se apenas se senta numa esplanada da avenida com as suas crocs azul-turquesa nos pés.
domingo, 22 de maio de 2011
18
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Mas quem é o Jojo?
Acho que a minha memória anda a ficar com mais buracos do que um queijo gruyère.
Estava eu a matar saudades da minha adolescência, folheando o arquivador de discos de vinil de 45 rotações, quando reparei numa dedicatória escrita na contracapa do single dos Culture Club. Aquele em que eles cantam o tema “Do you really want to hurt me”.
O autógrafo é assinado pelo Jojo… ou será Fofo? A caligrafia tanto pode dar para o J como para o F. E agora?
Diz que é “do Jojo(?) com um abraço e uma chapelada”. O local do escrito está assinalado como sendo a Zebra – Vilamoura, e foi na Páscoa de 1983. E agora? Quem diabo era o Jojo?
Da Zebra, lembro-me bem. A discoteca situada na Aldeia do Mar, em Vilamoura, já não existe há séculos. E eu em 83 já não era propriamente adolescente. Mas hoje, por muito que me esforce, não consigo entender como é que tenho este disco, com esta dedicatória, enfiado no meu arquivador de vinis.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Doce da amizade
terça-feira, 17 de maio de 2011
Escreve-me um poema
Escreve-me um poema. Escreve-o no céu, no mar, na terra.
Escreve-me um poema sem te importares com a rima.
Mas escreve-o baixinho para que só eu
o possa ouvir.
Escreve-me um poema no ramo da árvore
e em cada folha que nele cresce.
Escreve-me um poema que seja diferente.
Pinta-lhe as palavras de uma cor só tua para que só eu
o possa dizer.
Escreve-me um poema mas troca-lhe os sentidos,
que sentidos certos já não são poema.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Vento
ssshhhhssssssssssssssssssssss
sssssssshhhhhssssssssssssshh
Era capaz de ficar horas ouvindo o vento roçar-se nas folhas das árvores.
sssssssssssssshhhhssssssssss
ssssssssssssshhhsssssssssssss
ssssssssssshhssssssssssssssss
domingo, 15 de maio de 2011
sábado, 14 de maio de 2011
Sons da noite
A noite está quente antecipando o verão.
Abro o vidro do carro para que entre a brisa. Entra a brisa e com ela as vozes da esplanada do bar dos ingleses, ali ao lado. E também o tilintar dos copos e o arrastar das cadeiras na calçada do passeio. As conversas dos ingleses cruzam-se no ar da noite com as conversas das mães portuguesas que esperam pelos seus filhos, ali no largo. Por vezes há gargalhadas. E também roncos de motor dos carros que passam pela rua.
Fixo o olhar no xadrez da calçada e no branco da parede, na minha frente. Ouço o bater cadenciado de um andarilho metálico no chão. É um homem aleijado no pé que passa e se apoia nele.
Não me apetece juntar-me às outras mães. Fico no carro ouvindo os sons da noite, entrecortados de breves silêncios.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Mais sapatos...
terça-feira, 10 de maio de 2011
domingo, 8 de maio de 2011
sábado, 7 de maio de 2011
Vestido de noiva
Foi no entanto nessa época que se adotou o branco para o vestido da noiva. Mas isso só acontecia nas elites, tanto urbanas como rurais.
A minha mãe que se casou na década de 1950 levou um modesto vestido cinzento. Não há fotografias do casamento no álbum para o atestar, mas lembro-me bem dela assim o contar. Era um vestido curto, cinza claro, que haveria de servir para outros dias festivos.
O branco acabou por chegar cá a casa nos finais dos anos 1980, no meu vestido. Curto. Sem véu.
Sarah Affonso - Casamento na Aldeia, 1937
Imagem do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Há objectos e objetos
A vida secreta dos objectos - O ferro de brincar
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Rua Abade Faria
A D. Maria tinha terríveis dores de cabeça e levava os dias a tomar Dolviran. Nunca eram suficientes… os Dolviran. Ela tomava-os sem conta, até que ficava doente do estômago. Mas como o pior eram as dores de cabeça, desse por onde desse, a D. Maria nunca dispensava os seus comprimidos Dolviran.
Na casa da Rua Abade Faria, entre o Areeiro e a Alameda, vivia outro inquilino. Ocupava o quarto ao lado do meu. Era um senhor só e silencioso de cujas feições não consigo lembrar-me. Também não saberei recordar que profissão teria. Mas, para além disso era poeta.
Em Janeiro de 1985 autografou-me um dos livros que me ofereceu e que reencontrei hoje na minha estante. Na sua dedicatória, explicava que me oferecia palavras sobre o Alentejo, vizinho do meu Algarve. Citava poetas algarvios e agradecia-me por sempre ter atendido cuidadosamente os telefonemas que lhe eram destinados.
Ao fim destes anos todos, só porque me lembrei dos Dolviran da D.Maria, o poeta apareceu-me pela frente. Busquei-o então no Google e, em breves instantes fiquei a saber mais sobre o Sebastião Penedo do que em dois anos de vizinhança de quarto. O Google é uma grande coisa. Mas ainda assim, não tão grande. Da D. Maria não há rasto. Só dos seus Dolviran.