segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Promiscuidade

 

Se queres saber,

colei-te a Proust.

Estou sempre a interrompê-lo

e ainda hoje o troquei

por Calvino,

que, quando chegar a hora

de dormir, encostarei

a Virgínia Woolf.

No teu caso,

não se trata de troca.

É, para já,

uma relação diária.

Enfim, bem vês,

é um caso

de descarada

promiscuidade literária.

17 comentários:

  1. Hummm...gostei do poema. Lembrou-me que comprei o II volume de "Em busca do tempo perdido" e que tem um título tão bonito. Um em cada ano e hei-de ter - e ler - todos os volumes. Mas é verdade que tem de ler-se aos bocadinhos.
    Boa noite, Luísa.

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    1. Aos bocadinhos, sim, bea. Penso que ele não se aborrece pelo facto de ser trocado frequentemente por outros. Enfim, à custa disso é dos que bate recorde de permanência na mesa de cabeceira. :)

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  2. Lá diz Calvino: «um clássico é um livro que nunca acabou de dizer o que tem a dizer.» Algures entre Proust e Woolf, mais do que uma promiscuidade, adivinha-se uma longa conversa, com infindável suprimento de madalenas e Earl Grey.

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    1. E que interessante seria, caro Xilre, podermos assistir a tal conversa. Também não ia mal se, de igual modo, nos coubesse a parte da hora do chá e das madalenas. :)

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  3. Uma bela promiscuidade, pelo título pensei que ias falar de outra coisa! :)

    Abraço

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    1. Os títulos, Rosa dos Ventos, podem ser bastante enganadores. :)

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  4. Normalmente fiel por natureza, tal com tu, sou de uma infidelidade atroz, quando se trata de leituras.

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  5. Uma bela poesia, meus parabéns.

    Arthur Claro
    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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  6. E a Luísa está a falar com que escritor?
    Isso é que eu gostava de saber...

    Bons encostos ;-)
    🌿🌼

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    1. Ora, Maria, pois se eu até escrevi a fazer de conta que isto era um poema… E os poemas costumam carregar mistérios, não é mesmo? :)

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    2. Era só curiosidade literária, Luísa, gosto de falar de livros... mas já cá não está quem perguntou ;-)
      Sorry!

      Noite feliz.
      🌿🌼



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  7. A infidelidade não machuca ninguém, nesse campo. E é magnífica, por sinal.
    Luisa, eu me ausentei dos blogues por anos, logo, faz muito tempo que estive aqui pela última vez.

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