sábado, 22 de junho de 2019

A que espera



A tristeza sentou-se à minha porta
mas eu não a alimentei.

Cão de guarda por cão de guarda
prefiro a alegria.

A ela entrego os meus dias
e o abraço daquele que vem de longe
para me dizer que o amor que foi ontem
ainda é hoje.


Lídia Jorge, O livro das tréguas, 2019.

24 comentários:

  1. Tenho quase todos os livos da Lídia Jorge, mas este ainda não comprei. Acho que tenho um pouco de receio ... [Poesia saudades da prosa?]

    Beijinhos de viva o verão!

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    1. Graça,
      De Lídia Jorge, ainda me falta ler muitos. Na minha estante moram apenas seis ou sete títulos dela. Fiquei curiosa com este e devo dizer que as suas narrativas em verso não me desiludiram.

      Pois viva o verão, sim, mas hoje está meio envergonhado, assim cinzentinho. :)

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  2. A mulher que vence
    não é que foge
    nem a que persegue,
    mas aquela que sabe esperar...:)

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  3. Não somos apenas uma coisa todos temos vários mundos

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  4. Por vezes tenho grande dificuldade em distinguir a poesia da prosa; se não fora estarem as palavras alinhadas em jeito de poema não o diria tal.

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  5. Gosto imenso da Lídia Jorge, embora não tenha lido mais do que três livros dos muitos que já publicou.
    Abraço e bom Domingo

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    1. Vamos lendo, Elvira. Há tanto para ler. Também gosto muito de ouvir as crónicas de Lídia Jorge que passam na Antena 2:
      https://www.rtp.pt/play/p5385/em-todos-os-sentidos

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  6. Muito bem:))

    Passo, desejando um óptimo Domingo.
    Bjos

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  7. Querida Lídia, como ela fala bem do nosso "sul", esse lugar onde a alegria quase sempre ganha à tristeza.
    ~CC~

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    1. E eu, CC, tenho, relativamente a ela, aquele "orgulho" de conterrânea. :)

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    2. Então, Luísa, ainda pode ficar mais orgulhosa, pois a Lídia Jorge conseguiu a proeza de ser capa da prestigiada Revista "Le Magazine Litteraire" #534 (Agosto 2013), ao lado de escritores galardoados com o Nobel como, por exemplo, Alice Munro, Mo Yan e Orhan Pamuk.
      O tema da capa era: 10 Grandes Voix de la Littérature Étrangère.
      Não é para todos!

      Maria

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    3. Não é para todos, efetivamente. Ela é mesmo um dos nomes maiores da nossa literatura contemporânea. Um orgulho português, Maria. :)

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    4. E acabei por não falar no poema, que achei lindo.
      Vou afixá-lo na porta do frigorífico, para o ler todos os dias: estou mesmo a precisar.

      Maria

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  8. A que espera...
    A que espera desespera? Ou a que espera sempre alcança?

    A Marge é que tinha ar de desespero! 😃
    Beijinhos com o calendário atrasado
    (^^)

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  9. Prefiro a que sempre alcança, Clara. :)

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