Com votos de um excelente 2018!
domingo, 31 de dezembro de 2017
quarta-feira, 27 de dezembro de 2017
Um caminho
Havia um caminho estreito, pouco
mais que uma vereda. Ainda lá está, mas a falta de uso e o tempo favoreceram as
moitas. É delas, agora, o caminho. E das aves que lá se escondem. Num ou noutro
ponto, consigo cruzá-lo. Pulo sobre os valados já meio desfeitos, tento
esquivar-me aos espinhos que também ali reinam e atravesso de um para outro
terreno. Era o caminho das professoras. Foi também o meu nos poucos e
longínquos meses em que frequentei a escola da aldeia. Recordo dias de
tempestade em que o percorria abrigada num impermeável azul turquesa. Não há forma
de usá-lo hoje em dia. Fechou-se o caminho e os passos que o cruzaram são memória
ténue. Totalmente irrecuperáveis.
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
Natalino
Natalino, que, como facilmente se
deduz, deve o nome ao dia 25 de dezembro, em que nasceu, e à madrinha Maria da Conceição,
ficou para sempre marcado com o estigma dos presentes de Natal. Tanto assim, que
não há vez nenhuma em que se porte menos bem que não esteja logo alguém a
atirar-lhe: sempre me saíste uma boa prenda!
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
Delito de Opinião, de blogue a livro
Um blogue que sigo.
Um livro que já tem lugar à espera na minha estante.
Um convite para apoiar esta edição.
Um livro que já tem lugar à espera na minha estante.
Um convite para apoiar esta edição.
domingo, 17 de dezembro de 2017
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
domingo, 10 de dezembro de 2017
sábado, 9 de dezembro de 2017
quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
A birra
A criança, uma menina, começa uma birra. Está ao colo do
pai, na fila para as caixas do supermercado. Grita e estica-se em direção à mãe,
que, logo atrás, carrega nos braços as compras. Os progenitores sorriem enquanto
a pequena insiste na gritaria e consegue alcançar a ponta do rabo de cavalo da
mãe, uma cigana de longos cabelos negros e farto peito a sobrar no decote. Sente-se a força da miúda puxando os cabelos
da mãe com toda a raiva que uma criança de dois anos consegue ter. O pai vem em
auxílio da mulher e solta-lhe os cabelos das mãos da pequena que grita cada vez
mais. Riem-se os dois enternecidos e, sem uma reprimenda sequer, seguem para a
caixa 26, entretanto anunciada para eles no altifalante.
domingo, 3 de dezembro de 2017
sábado, 2 de dezembro de 2017
O grilo
Calou-se o grilo e eu nem dei por isso. Lembrei-me agora
dele, assim sem mais. Ouvia-o, escondido no canteiro, sempre que passava com o
meu alguidar de roupa por estender. Não lhe achava muita graça ao canto. Um
criiiiiii criiiiiiii meio rouco, arrastado, sempre no mesmo tom, tristonho. Encontrava-se
só, acredito, e sentia, por certo, que o tempo já não estava para ele. Não sei
se morreu ou se hibernou. Sem roupa para o estendal, abro, ainda assim a porta
e espreito para dentro da noite a confirmar a ausência. Junto ao canteiro, apenas o frio, moldado a
oito graus, e o brilho dos astros ao alto. Recolho-me a casa. Cá dentro cheira
a amêndoas torradas e a histórias por ler.
sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
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