sábado, 21 de maio de 2016

Noite

Passei o dia embrutecida de afazeres domésticos, entre máquinas de roupa, aspiradores, panos de pó, tapetes sacudidos, baldes e esfregonas, tachos de cozinha, mangueiras de água que levam caca de pássaro à frente, roupas que mudam de armário, sapatos impossíveis que caminham para o lixo, ecopontos a abarrotar.

Sento-me finalmente.

Leio. Clico. Apetece-me comentar ali mas logo desisto. Tenho as palavras encalhadas como se fossem pó que me arranha a garganta. Engasgo-me. Levanto-me e abro a porta do terraço. Saio para a noite onde sopra um vento fresco e brilha a lua.

Respiro, enfim.

9 comentários:

  1. Conselho: necessitas de uma auxiliar domestica!!
    : )

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  2. Oh! É mesmo assim. Com pontos e vírgulas. A domesticidade embrutece. E a mim dá-me cabo do canastro que já de si é pouca e fraca coisa. Depois dela, só a natação me dispõe. Cansa, mas reanima. Não tenho explicação para pôr um cansaço em cima de outro e sair relaxada. Mas acontece. Tenho de pensar noutra hipótese de igual efeito. Que talvez não haja. Que andar no fresco da noite não posso.

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  3. também é preciso sacudir as palavras, arrumar as letras, tirar o pó dos cantos :)

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  4. Luísa, à laia de dica.
    Não vejo qualquer utilidade em limpar o pó com panos, sacudir, até porque uma parte pode vir para trás. Julgo ser preferível usar o aspirador para extrair todo o pó, incluindo o dos móveis.
    Bom domingo!

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  5. Luísa, dos afazeres domésticos nem pio.
    Agora, do bem que faz à alma sair para o fresco da noite, respirar o ar puro e revigorante, olhar o céu estrelado ou com nuvens - que eu cá não sou esquisita - ah, disso sim, podemos falar!...
    Gosto!!

    Boa semana com tudo, menos sacudir tapetes. :)

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  6. É verdade que estava uma bela lua, luisa, valeu pelo dia. :)

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  7. É verdade, às vezes outras lidas embrutecem-nos para a escrita. É preciso dar um tempo e um espaço... ;)

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  8. Que se instale a primavera duma vez por todas para não ser preciso vestir as camisolas que já se arrumaram.Um bom feriado, Luisa, a passear.

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