Era uma garrafa de água das pequenas. 33 cl de água numa
garrafa de plástico que a empregada pousou sobre o balcão juntamente com a
queijada que eu pedi. Primeiro comi a queijada e por fim quis beber. Rodei a
tampa para abrir a garrafa mas, talvez por causa da condensação que se tinha
entretanto produzido sobre ela, senti dificuldade em fazer ceder o plástico da
tampa. Socorri-me dos guardanapos de papel para envolver a rolha e torci de
novo. Mas nem com guardanapos nem sem guardanapos a desgraçada da tampa se
movia. Não cedia nem um milímetro. Calma, Luisa, calma. Com calma recomecei. O
meu esforço continuava a ser inglório quando um senhor muito solícito se
levantou de uma mesa e se aproximou. Oh minha senhora dê-me cá isso senão está visto
que nem tão cedo consegue beber a água. Era um senhor muito solícito. Tinha
tanta solicitude na voz quanta ironia se desprendia do sorriso que lhe
estampava o rosto e que combinava com o sorriso dos dois amigos que o
acompanhavam à mesa. Entreguei-lhe a garrafinha já meio amolgada pelas minhas
torcedelas. E lá começou ele a torcer também. Torceu a garrafa e logo de
seguida o nariz. Eh lá… isto não é o que parece. Esta, afinal…O senhor muito
solícito optou, também ele, por experimentar com um guardanapo de papel. Mesmo
assim a danada da garrafa mantinha-se fechada. O senhor continuou, solícito, e
só quando se desvaneceu o seu sorriso irónico é que conseguiu destrancar a
rolha da garrafa de 33 cl de água.
Obrigada. E, finalmente, bebi.
Moral da história: a ironia pode ser uma seca...
ResponderEliminar:)
Estava a ver que ninguém ia conseguir abrir a garrafa :)
ResponderEliminarCom tanta resistência, quem já não bebia a água era eu... :-)
ResponderEliminarAhahah, esses senhores tão solícitos e irónicos, às vezes, têm a paga por tanta "generosidade"... :)))
ResponderEliminarBeijocas!
Um senhor que provavelmente pensou “mulheres!” enquanto se dirigia para a sua mesa para fazer um figurão perante uma senhora em apuros e perante os seus amigos! : )
ResponderEliminarAhahahahah... acho tão giro quando as pessoas que nos tentam passar atestados de burrice/incompetência para alguma coisa, depois se vêem rendidos às evidências!
ResponderEliminarE o senhor, o que foi feito do senhor solícito? :)))
ResponderEliminarRui Pascoal,
ResponderEliminarMesmo com a água ali à mão :)
Gábi,
Foi a muito custo :)
Carlos Barbosa de Oliveira,
Mas eu é que já desesperava com a sede :)
Teté,
Como é o ditado...? Não te rias de quem chora... ou algo parecido :)
Catarina,
Pois foi bem feito, porque teve que suar as estopinhas para abrir a minha garrafinha :))
Naná,
Pois é... deu-me um certo gostinho.
Pedro Coimbra,
Ora... o senhor foi sentar-se de volta junto aos seus amigos. Penso que deverá continuar solícito mas menos irónico. :)
Afinal os homens sempre têm mais jeito ou força?
ResponderEliminarIm beijinho
Solícito ou irónico? Ai os homens e a mania de que são mais fortes... (Também já me aconteceu o mesmo, mas sem uma solicitude dessas...)
ResponderEliminarBeijinhos fresquinhos...
Pérola,
ResponderEliminarA mãe natureza quis que fossem mais fortes e isso a mim não me incomoda nada. Somos diferentes. Ponto. Quanto ao jeito... depende para quê :))
Graça,
E fisicamente (no geral) até são mais fortes. Fomos naturalmente feitos assim. Não tenho pruridos com isso. A mania da superioridade é que não me alegra nada...
Para aprendermos a não ir para as coisas demasiado confiantes... Devemos olhá.las de frente e encará-las com seriedade, a todas... até a uma garrafinha... =)
ResponderEliminarSó quando se desvaneceu o seu sorriso irónico é que a garrafa cedeu :)
ResponderEliminarHomens! :)
beijinhos
Querida Luisa, que saudades já tinha dos teus textos e das tuas fotografias, dos Passeios de domingo! Já estive a a ler os últimos posts e deleitar-me com as tuas, sempre belas, fotografias.
ResponderEliminarBeijinhos grandes. :)
Bríseis,
ResponderEliminarE que garrafinha teimosa... aquela :)
Fê-blue bird,
Isso mesmo...homens :)
Manuela,
Obrigada pelas tuas sempre amáveis palavras :)