sábado, 30 de janeiro de 2010
A matiné
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Retardada tecnológica
Não, não estou no facebook. Apesar dos muitos convites que me vão chegando no correio electrónico, das conversas diárias de amigos e colegas sobre a Rede Social, do seu espanto por eu ainda não ter criado um perfil, continuo info-excluída neste domínio. Tal como sucedeu há uns bons anos atrás com a minha relutância em adquirir telemóvel, ando a retardar esta adesão.
Quanto ao telemóvel, lembro-me que o achava absolutamente desnecessário e considerava até ridículo andar permanentemente agarrado a tal objecto. Até ao dia em que, estando ausente em serviço e longe de casa, a minha filha ficou doente e o telemóvel de uma colega me permitiu um contacto mais fácil para acompanhar a situação. Algumas semanas depois, antes de viajar novamente em serviço, decidi que o stress da falta de contacto telefónico imediato não voltaria a apanhar-me na curva e lá comprei o aparelho. Não imaginava então o stress redobrado que agora me assalta quando ligo para um dos meus filhos e eles não me atendem logo. Fico imediatamente a pensar no pior. É um disparate, mas como controlá-lo? E pensar que quando eu era miúda e saía numa visita de estudo ou ia para um campo de férias não havia cá contactos telefónicos e tudo corria pelo melhor. De certeza que não faziam falta aos meus pais.
Voltando ao facebook, concluo que, não estando lá, provavelmente não sou ninguém. E ai de mim…tenho tão poucos amigos! Como posso eu comparar-me com essas pessoas que gerem uma rede de centenas de amigos? Isso até me assusta. Está visto… tenho que esperar que se faça um click qualquer na minha vida, que me empurre para essa vertigem do convívio tecnológico.
domingo, 24 de janeiro de 2010
sábado, 23 de janeiro de 2010
Beleza recorrente
Beleza para a Fábrica de Letras
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Do esquecimento
(…) Um dia andava à procura de uma bigorna pequena que costumava usar para laminar os metais e não se recordou do seu nome. O pai disse-lho: “Tás”. Aureliano escreveu o nome num papel e colou-o na base da bigornazinha: Tás. Assim teve a certeza de não o esquecer no futuro. Não lhe ocorreu que aquela fosse a primeira manifestação do esquecimento, porque o objecto tinha um nome difícil de recordar. Mas, poucos dias depois, descobriu que tinha dificuldade em lembrar-se de quase todas as coisas do laboratório. Então marcou-as com o nome respectivo, de modo que lhe bastava ler a inscrição para as identificar. Quando o pai lhe comunicou o seu alarme por ter esquecido até os acontecimentos mais impressionantes da sua infância, Aureliano explicou-lhe o seu método e José Arcádio Buendía pô-lo em prática por toda a casa, impondo-o mais tarde a toda a aldeia. Com um hissope cheio de tinta, marcou cada coisa com o seu nome: mesa, cadeira, relógio, parede, cama, caçarola. (…)
Gabriel Garcia Marquez, Cem anos de solidão, Lisboa, Dom Quixote, 18ªed., 2003, p.44-45
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Álbuns de família
domingo, 17 de janeiro de 2010
Ne me quitte pas...
sábado, 16 de janeiro de 2010
Alice in Wonderland
Até lá tenho a "minha" Alice. Ilustrações de Livraghi e Aquenza, numa edição O.D.E.J, cop.1962, Paris.
Civismo
Qual terá sido então o interesse, a vantagem, o gozo que uns senhores, ainda por cima polícias, tiveram em parar o seu carro na segunda bomba, estando a da frente perfeitamente livre, e calmamente abastecerem, enquanto eu fervia de indignação pela sua inesperada falta de civismo?
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Ajudar
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Saudação
domingo, 10 de janeiro de 2010
sábado, 9 de janeiro de 2010
Auto-retrato
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Até que enfim
domingo, 3 de janeiro de 2010
A chuva
Choveu durante quatro anos, onze meses e dois dias. (…) O céu desmoronava numas tempestades calamitosas e de norte chegavam uns furacões que arrancaram telhados e derrubaram paredes e desenterraram pela raiz os últimos talos das plantações. (…) O problema era que a chuva desarranjava tudo e nas máquinas mais áridas brotavam flores entre as engrenagens se não fossem oleadas todos os três dias, enferrujavam os fios dos brocados e nasciam algas de açafrão na roupa molhada.
Gabriel Garcia Marquez, Cem anos de solidão, Lisboa, Dom Quixote, 18ªed., 2003, p.250-251