domingo, 17 de outubro de 2021

A buzina

 

Os trilhos de natureza foram acrescentados com passadiços. Ainda não os tinha percorrido desde o incremento e a minha manhã não foi suficiente para os completar. Não foi, porque não quis. Preferi andar a passo lento, aqui e ali a passo parado, acrescentada eu também de um olho suplementar, tentando fixar horizontes, vegetação, bichos e afins. Entre a fauna frequentadora do local, contam-se bípedes, quadrúpedes e rodados para citar apenas aquela que segue os trilhos. As regras mandam, entre outras coisas, que se circule pela direita e que não se faça barulho. E está bem assim. Tanto os passadiços de madeira, como os troços de terra e gravilha, fazem ressoar passos e rodas, alertas bastantes para que saibamos o que atrás de nós vem. A dado passo, ainda assim, comecei a ouvir um toque estranho, um prut prut compassado, que se foi aproximando, passando a pruut, pruut, pruut mais audível quando me ultrapassou. Percebi então a origem da buzina, audível mas invisível, toda ela incorporada no corredor de camisola azul e calções pretos.

9 comentários:

  1. Não concordo andar pela direita neste caso. Os pedestres deverão andar pela esquerda para que possam ver quem vem em sentido contrário, os ciclistas. Também nas ruas sem passeios. Para estarmos mais alerta dos carros. Sempre fiz assim.

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    1. Catarina, refiro-me às regras dos trilhos e passadiços, que não têm a largura de uma estrada. E outra indicação que é dada é que se deve dar prioridade ao peão. Está tudo aqui, também: https://www.passadicosloulelitoral.pt/#normas

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    2. Obrigada pelo link, Luisa, mas continuo a não concordar. Nos parques onde vou, se não tiverem ciclovias bem definidas, deve-se circular (os pedestres) sempre pela esquerda. E mais seguro ver quem vem em sentido contrário e se tivermos que nos desviar, desviamo-nos. Nem sempre os ciclistas nos alertam de que estão atrás de nós. E se desviarmos um passo que seja para a esquerda e o ciclista não tem tempo de se desviar (quando estamos a circular pela direita)? Essa prioridade soa muito bem, mas nem sempre é cumprida. As estradas nos locais onde há casas de campo ou de praia não têm passeios, as que são ladeadas por árvores, (pelo menos nos vários locais onde passei férias), portanto, sinto-me mais segura circulando pela esquerda. Tanto em trilhos, como em passadiços ou estradas estreitas. Alguém me deu este conselho há muitos, muitos anos, e fez-me sentido. E como este artigo explica, melhor que eu, se circularmos pela direita só temos os nossos ouvidos para nos alertar que vêm ciclistas ou carros atrás de nós, mas se circularmos pela esquerda temos os ouvidos e os olhos. : )

      Walk Facing Oncoming Traffic
      Why is it safer to walk on the same side of the road as oncoming traffic, while cyclists are advised to go with the flow of traffic?
      If traffic approaches you from behind while you are walking, you have only your ears to rely on to know it is coming. If it is coming from in front of you, you have both your eyes and your ears to help you know to move off to the side

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    3. “As a pedestrian, you should always walk on the sidewalk. If there is no sidewalk, you must walk on the side of the road that faces traffic.” O trecho anterior é de um artigo dos EU, este foi extraído de um artigo canadiano.

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    4. Sim, Catarina, eu habitualmente, nas estradas onde não há passeios, sigo sempre pelo lado oposto ao sentido do trânsito, ou seja pela esquerda. Aliás é o que manda o código da estrada.
      Neste caso é um trilho de natureza onde só há pedestres e bicicletas e desde que todos cumpram as regras estabelecidas e sinalizadas, penso que tudo correrá bem. :)

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  2. Conheci-os no mês de junho, quando o calor ainda nos deixava percorre-los. Agora deve voltar a ser bom, paisagem bonita, embora já com um pouquinho de gente a mais, melhor ao dia de semana. Ainda nos cruzamos:)
    ~CC~

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    1. Acho que já lá não ia desde o tempo pré-pandémico, CC. Os passadiços terão sido inaugurados já este ano. Olhe, quem sabe... Se passar por lá e vir uma maluquinha agachada junto a uma moita, fotografando um qualquer bicharoco, posso até ser eu, sim. :)))

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