terça-feira, 19 de março de 2019

Talvez tudo fosse nada



(…)

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa,
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?

(…)

Álvaro de Campos, Tabacaria

11 comentários:

  1. Uma excelente foto para ilustrar o excerto do poema.
    Abraço

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  2. Gostei bastante do dueto, foto e poema !
    Bonito Luisa

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  3. Maravilhoso poema:)) a imagem é qualquer coisa :))

    Bjos
    Votos de uma óptima noite.

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  4. a esta hora já Álvaro de Campos respondeu à própria pergunta. Mas assiste-lhe a razão, como não fez qualquer propósito, tudo é nada.
    Boa noite

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  5. Adaptação perfeita deste excerto do poema - longo e perturbador - à magnífica fotografia.
    Até a tua opção pelo P&B, condiz na perfeição...
    ...À parte isso, também tenho em mim todos os sonhos do mundo! :)

    Beijinhod, e boa noite, Luísa.

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  6. Deve pensar que... se o sol for abrasador, sentada naquela cadeira à sombra das árvores está uma maravilha.
    .
    Cumprimentos poéticos

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  7. Álvaro de Campos é a meu ver, dentro da heteronímia de Fernando Pessoa, o mais diverso!
    Também tenho esta sensação, por vezes, só que não sou poeta!

    Abraço

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  8. Sempre excepcional, que bela poesia.
    ~CC~

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  9. Uma foto linda e bem adpatada ao poema que escolheste Luísa

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