Não sei se reparas, como eu reparo, nestes traços que nos unem
e que parecem traduzir uma gramática do desejo. Delineados ao acaso, como se a
intenção fosse mera coincidência, entram-me alma dentro, ligam-me os sentidos,
deturpam-me o olhar. Vejo o que não existe, histórias como miragens, espelhos
enganadores. Há reflexos de ti no azul do céu, tanto quanto numa gota de chuva
presa ainda na folha verde e trémula. A cada traço destes, vejo-te. Estás no recorte
das sombras que o sol borda nas paredes, na maciez das nuvens, na espuma das
ondas, no sabor de um fruto, nas páginas de um livro, no canto de uma ave, num
sopro do vento. São verdadeiros sinais gráficos que me povoam o pensamento e me
ligam a ti. Sofro, é bom de ver, de um incurável distúrbio de hifenização.
Eu acho que sofres é de distúrbio de apaixonação...:)
ResponderEliminarDois degraus abaixo, ali nas estações, referia-me, justamente, às do ano e à sua lentidão; à permanência e teimosia em ficar na segunda (verão), não propriamente à música que ouves no carro...ai...ai...ai!!
:)
Gostei do texto! Identifiquei-me um pouco.
ResponderEliminarBeijo. Domingo feliz.
Há textos que não sei como comentar. Este apenas sei que adorei ler.
ResponderEliminarGrande beijinho Luísa
:). Tão bonito.
ResponderEliminarTraços de amor diria, traços de paixão :)
ResponderEliminarpressente-se na vibração das palavras o "distúrbio" proclamado.
ResponderEliminarpoesia pura e... bela.
gostei, deveras!