domingo, 26 de novembro de 2017

Passeio de domingo (385)


É um passeio de setembro passado, junto à lagoa dos Salgados, que fui recuperar para este domingo em que não consegui sair para fotografar.









sábado, 25 de novembro de 2017

Em texto automático

(…)
Dormíamos dentro de livros enormes, que carregando num botão faziam amor como pianos de cauda.
(…)


Artur do Cruzeiro Seixas, Dois textos automáticos, Edições  Sem Nome, 2017



Espantos

Um dia, tive o espanto feliz de ver esta pequena esquina destacada na sua rubrica blog da semana. Como era possível?... pensei. Um espaço tão insignificante como o meu…


Hoje tenho o espanto triste de saber que partiu. Como é possível?...penso.  O desaparecimento de alguém que se admira, mesmo não conhecendo pessoalmente, toca-nos como se fosse próximo. 

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

domingo, 12 de novembro de 2017

Passeio de domingo (383)



No trilho de São Lourenço, Ria Formosa, com mariscadores, aves e até uma joaninha.









Traços de união

Não sei se reparas, como eu reparo, nestes traços que nos unem e que parecem traduzir uma gramática do desejo. Delineados ao acaso, como se a intenção fosse mera coincidência, entram-me alma dentro, ligam-me os sentidos, deturpam-me o olhar. Vejo o que não existe, histórias como miragens, espelhos enganadores. Há reflexos de ti no azul do céu, tanto quanto numa gota de chuva presa ainda na folha verde e trémula. A cada traço destes, vejo-te. Estás no recorte das sombras que o sol borda nas paredes, na maciez das nuvens, na espuma das ondas, no sabor de um fruto, nas páginas de um livro, no canto de uma ave, num sopro do vento. São verdadeiros sinais gráficos que me povoam o pensamento e me ligam a ti. Sofro, é bom de ver, de um incurável distúrbio de hifenização. 

sábado, 11 de novembro de 2017

Dia de outono

O meu reino de hoje foi a cozinha. Comecei por batalhar com uma abóbora. Parecendo que não, era uma abóbora um tanto casca grossa. Tive de cortá-la às talhadas, descascá-las e cortá-las de novo em pedaços mais pequenos para encher um tacho fundo. O açúcar amarelo, a canela e o anis estrelado aliaram-se ao lume e à colher de pau para, juntos, lentamente, me perfumarem a casa. O doce saiu-me bem e enchi os frasquinhos de vidro que esperavam impacientes sobre a mesa.

No meu papel temporário de rainha da doçaria, resolvi preparar uns biscoitos de aveia. Misturei os flocos, farinhas açúcares, derreti manteiga, juntei a canela, a raspa de limão, os ovos, o leite. Tudo misturadinho como manda a receita. A massa divertiu-se, disposta em montinhos sobre o papel vegetal que cobria os tabuleiros. Forno dentro, forno fora, arrefecem sobre a grelha, acomodam-se nas latas. E o cheiro doce a espalhar-se pela casa.


Em suma, um perfeito dia de outono.  Verão de São Martinho à parte, diria que só faltou a chuva lá fora.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Estações

Porque a telefonia do carro me tem prometido todos os dias estas estações mas eu tenho chegado a  casa sempre antes delas.

Dias

Os dias curtos, o ano a afunilar, o aperto das horas minguantes, o executado e o muito por executar. Os dias tortos, os colegas que provocam urticária, a fila de trânsito, a compra desnecessária. Os dias secos, os mosquitos que não morrem, o canto monótono dos grilos, os livros que não consigo ler.

Andam difíceis os dias. Como que tomados por pragas. Talvez seja caso para uma desinfestação.

domingo, 5 de novembro de 2017

Passeio de domingo (382)



Fui ver o mar de novembro, em três praias que ainda não tinha visitado este ano. Na praia do Lourenço, na praia de S. Rafael e na praia dos Arrifes, o mar não estava mau.