terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Lua

Bem me parecia que, pelos vidros foscos da porta que dá para a varanda, se via um pequeno clarão. Abri a porta e, como pensava, é ela. É a lua que já se mostra um pouco achatada na parte superior, iniciando o seu caminho ritual e minguante. Também a vi pela manhã. Estava branca e leve como uma nuvem. Vi-a a oeste. Dançava sobre três cabos alinhados paralelamente e devidamente esticados entre postes de luz ou de telefone -  não sei. Invejei-lhe a suavidade do relevo que se deixava perceber entre partes mais ou menos transparentes. Foi uma visão breve. Só o tempo de virar a cabeça para a direita para conferir o trânsito e perceber se podia entrar na estrada principal. Ainda tentei ver, pelo retrovisor, se ela continuava ao alcance do meu olhar, mas não. Ainda assim, a sua imagem acompanhou-me por boa parte do percurso. Depois veio a vidinha. Aquela que é igual todos os dias. Ou quase. Agora, ao vê-la de novo, percebo que também ela tem a sua vidinha e que nem sempre pode dançar descontraída sobre os cabos aéreos.

10 comentários:

  1. E quando ela, provocadora, nos acompanha com um sorriso trocista? Vejo-a algumas vezes dançando sobre os fios ou a esconder-se num jogo de cabracega entre a ramagem do arvoredo.

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  2. Um vez perguntaram-me onde está a lua durante o dia :)

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  3. Adoro olhar a lua, parece que me dá uma paz interior.

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  4. Apareceu-me ontem à hora do jantar.

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  5. uma "vidinha" em volta do sol ...
    deve ser muito monótona a vida da Lua.

    grato pela tua presença amiga no "heretico"

    beijo

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  6. Também a vi, mas depressa as nuvens a esconderam!

    As imagens do post anterior, não comentei, mas visitei e deslumbrei.

    Um beijinho Luìsa

    Adélia

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  7. Che luna!
    Che mare!
    With such a moon
    And such a sea
    And you with me...

    A Lua, o Mar e o Amor sempre ligados...

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