Começou a ficar preocupado quando, pelo segundo dia consecutivo,
acordou ouvindo vozes sem conseguir perceber de onde vinham. Apressou-se a
vestir-se e a tomar o pequeno-almoço, dirigindo-se de seguida para o salão onde
já se encontrava a maior parte dos residentes do lar. Sentou-se no cadeirão que
estava livre, junto a uma das janelas e foi contando ao Aníbal que estava a
ouvir vozes.
Vozes? Estás a ficar ché-ché Ernesto?
Vozes e não só Aníbal. Ouço também músicas. É cá dentro da
minha cabeça. Não sei o que me está a acontecer.
O Aníbal aconselhou-o a consultar o médico que ia
regularmente ao lar. E justamente, naquele dia havia consultas. É o que vou
fazer, decidiu.
Encaminhou-se para a ala onde se situava a enfermaria e o
pequeno consultório em que, de dois em dois dias, o Dr. Hermínio atendia os
residentes do lar. Esperou pela sua vez sentado numa das cadeiras do corredor
de acesso ao consultório. Continuava ouvindo as vozes entrecortadas de vez em
quando por músicas. Ao fim de dois dias com todas aquelas vozes na cabeça
sentia que estava a ficar doido e ansiava por momentos de silêncio. Chegou a
sua vez e o Dr. Hermínio chamou-o para a consulta.
Passados poucos minutos estava a sair do consultório. Levava
na mão o kit auricular com rádio FM que o neto lhe tinha deixado colocado no
domingo para ouvir o relato da bola.
Querida amiga
ResponderEliminarEu também
escuto vozes,
de palavras,
de lembranças
de músicas
e de coisas
que também não sei
o que são...
Sonhar é voar com o coração...
E não são só aos residentes dos lares que essas coisas ou coisas semelhantes acontecem!
ResponderEliminarE temos que sorrir... : )
;) coitado do homem!!!
ResponderEliminarahahah... Pode acontecer mesmo ! rsrs ... Nunca lhes aconteceu andar pela vossa casa a procurar os óculos e encontrá-los passado algum tempo no sítio mais provável ? ... ou seja, no nariz e nas orelhas ? rsrsrs
ResponderEliminarDesconhecemos a partida... mas antevemos o resultado, no final saímos todos a perder...
ResponderEliminarCoisas que acontecem aos avós com frequência ... rs
ResponderEliminardeixo abraços Luisa
Muito bom Luísa, gostei desse pequenino conto. Ri-me imenso, e creio, como diz o Rui ser bem possível de acontecer.
ResponderEliminarAhahahahahahah!!! De mais!!
ResponderEliminar:)
ResponderEliminarÓptima!!! :)))
ResponderEliminarAconteceu num lar, mas podia também ter acontecido com um idoso solitário...
ResponderEliminar:)))
ResponderEliminarAh, quem não ouve vozes...!
Beijo :)