sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Smile
Neste mundo de partilha virtual dei com isto. Achei que era o melhor propósito de ano novo que aqui podia deixar.
Feliz 2012!
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Jardins da Gulbenkian
Voltei aos jardins da Gulbenkian numa tarde de domingo. Fazia sol e passando por entre as sebes espessas que ladeiam os muitos caminhos daquele espaço lembrei-me de como, por vezes, eu e as minhas amigas apressávamos o passo para fugir de um exibicionista que costumava surpreender-nos por ali.
Corríamos para o espaço aberto junto ao lago. Sentávamo-nos na relva e abríamos os cadernos de apontamentos ou as fotocópias dos textos recomendados. Era um dos nossos “gabinetes” de estudo mas também de lazer. Ficávamos à conversa, fazíamos sessões fotográficas. Projetávamos o futuro.
Voltei aos jardins da Gulbenkian e parei sobre os passadiços de betão para fotografar os patos. Os mesmos passadiços onde eu própria, há cerca de 30 anos, me sentei a posar para a fotografia.
Naquela tarde vi a mesma luz, as mesmas cores de há 30 anos, mas, talvez por ser um domingo à tarde, faltava o sossego desses tempos.
Junto ao lago crianças alegres e ruidosas atiravam migalhas aos patos. Um rapaz e uma rapariga desenhavam e pintavam. Uma mulher sentada num pequeno banco tricotava velozmente. Casais de namorados esquecidos do mundo preenchiam o relvado. Pequenos grupos palmilhavam os seus passeios domingueiros. Um fotógrafo fazia concorrência ao meu amadorismo e ocupava o ponto que eu pretendia captar.
Voltei aos jardins da Gulbenkian numa tarde de sol e mirei-me no espelho do tempo.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
O esfregão natural
Falava-se de cabacinhas. O marido da minha prima a contar que tinha arranjado sementes e que havia de as deitar à terra e que haviam de nascer e trepar ao que por perto houvesse para, por fim, se oferecer em frutos bem torneados. Antigamente usavam-se, depois de secos e esvaziados de sementes, para transportar água ou vinho para a merenda, contava.
Falava-se de cabacinhas e de repente lembrei-me.
Tal como as cabaças, havia outro fruto* que crescia não para ser consumido mas para servir na lida doméstica. Parecia um pepino. Mas o seu miolo ficava ressequido e, retiradas a casca e as sementes, servia de esfregão para lavar a loiça.
Lá está… ainda há dias na copa do meu serviço, quando lavávamos as marmitas do almoço e acertávamos em qual das colegas seria a próxima a trazer detergente, alguém perguntava como é que se lavava a loiça antigamente. Sim… antes de se ter inventado o detergente líquido. Como é que as nossas avós retiravam a gordura dos utensílios de cozinha? Nesse dia, tinha certamente a memória adormecida. Pensei e falei no sabão azul e branco. Mas faltava algo. E só naquele momento em que se falava de cabacinhas me lembrei da planta esfregão que tantas vezes vi a minha mãe usar.
Imagem retirada daqui
*Trata-se da Luffa Cylindrica
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Boas Festas!
Devagar… devagarinho, quero ver se retomo as bloguices. Ainda com pouco tempo para satisfazer esta Esquina, venho ao menos deixar as Boas Festas aos amigos que passam por aqui…
Postal criado em Picnik, a partir de imagem da gravura “A Natividade” de Manuel Cabanas
O balcão rápido
Fui à estação de correios para fazer um pós-pagamento da SCUT.
Para isso tive que tirar a uma senha. Podia fazê-lo através das senhas “A” de “atendimento geral” ou das senhas “B” de “balcão rápido”.
Pelo sim, pelo não, tirei as duas senhas.
Fiquei então à espera, atenta ao dingue-dongue e à mudança de números do painel eletrónico.
No “atendimento geral” estavam quatro guichés a funcionar. No “balcão rápido”, um.
O “atendimento geral”, apesar de me colocar numa posição numérica mais distante do que o “balcão rápido”, estava a fazer dingue-dongue muito mais vezes. Tantas vezes que, a dada altura, o “balcão rápido” fez dingue-dongue nove vezes seguidas sem aproximação de clientes. Todos já haviam desistido da espera. E quando faltava uma posição para o meu número a senhora do “balcão rápido” saiu para o almoço.
Ao fim de meia hora fiz o meu pagamento no “atendimento geral”.
Se alguém me puder explicar o significado de “balcão rápido”, fico muito agradecida.
Para isso tive que tirar a uma senha. Podia fazê-lo através das senhas “A” de “atendimento geral” ou das senhas “B” de “balcão rápido”.
Pelo sim, pelo não, tirei as duas senhas.
Fiquei então à espera, atenta ao dingue-dongue e à mudança de números do painel eletrónico.
No “atendimento geral” estavam quatro guichés a funcionar. No “balcão rápido”, um.
O “atendimento geral”, apesar de me colocar numa posição numérica mais distante do que o “balcão rápido”, estava a fazer dingue-dongue muito mais vezes. Tantas vezes que, a dada altura, o “balcão rápido” fez dingue-dongue nove vezes seguidas sem aproximação de clientes. Todos já haviam desistido da espera. E quando faltava uma posição para o meu número a senhora do “balcão rápido” saiu para o almoço.
Ao fim de meia hora fiz o meu pagamento no “atendimento geral”.
Se alguém me puder explicar o significado de “balcão rápido”, fico muito agradecida.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
A vida secreta dos objetos: o blogue da esquina
Que cara de espanto é essa?
Há dúvida de que sou um objeto? Sou sim. Posso ser virtual mas não deixo de ser um objeto. Sou um objeto de lazer. Enfim, sou um objeto de lazer quando ela se lembra de passar por aqui e de deixar algum post para entreter. Ou quando me enfeita com alguma imagem. Só que ultimamente ela anda a passar pouco tempo aqui na esquina. Fico triste. Pois fico. Parece que já não me liga.
Está bem … eu só existo porque ela me criou mas, caramba, custava-lhe passar mais tempo comigo? Custava? Desculpa-se com as muitas tarefas que tem entre mãos. Diz que não tem tempo, que assim que puder me compensa e ranhánhá…ranhánhá…ranhánhá. Mas não passa disto.
E as visitas, hein? Ela esquece-se das visitas e de como é aborrecido recebê-las durante dias e dias sem estar atualizado? Um blogue tem de ter novidades. Mesmo que seja um simples bloguesinho de esquina como eu. “Tens razão… diz-me ela quando me queixo… “mas, vê bem, nem consigo passar de fugida nos blogues amigos…”
E lá me está ela a fazer aquela carinha de sofrida para que eu me comova e mais uma vez lhe perdoe. Enfim, vida de blogue é o que é. E pronto.
Há dúvida de que sou um objeto? Sou sim. Posso ser virtual mas não deixo de ser um objeto. Sou um objeto de lazer. Enfim, sou um objeto de lazer quando ela se lembra de passar por aqui e de deixar algum post para entreter. Ou quando me enfeita com alguma imagem. Só que ultimamente ela anda a passar pouco tempo aqui na esquina. Fico triste. Pois fico. Parece que já não me liga.
Está bem … eu só existo porque ela me criou mas, caramba, custava-lhe passar mais tempo comigo? Custava? Desculpa-se com as muitas tarefas que tem entre mãos. Diz que não tem tempo, que assim que puder me compensa e ranhánhá…ranhánhá…ranhánhá. Mas não passa disto.
E as visitas, hein? Ela esquece-se das visitas e de como é aborrecido recebê-las durante dias e dias sem estar atualizado? Um blogue tem de ter novidades. Mesmo que seja um simples bloguesinho de esquina como eu. “Tens razão… diz-me ela quando me queixo… “mas, vê bem, nem consigo passar de fugida nos blogues amigos…”
E lá me está ela a fazer aquela carinha de sofrida para que eu me comova e mais uma vez lhe perdoe. Enfim, vida de blogue é o que é. E pronto.
domingo, 4 de dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
A trombeteira
No quintal da minha prima há uma trombeteira em flor. Está no quintal da minha prima mas vai olhando para o meu e eu gosto disso. As flores, em forma de trombeta, são grandes e durante o dia são alvo dos raids das abelhas. É bonita a trombeteira. De frondosa folhagem e abundantes flores, faz-me lembrar lugares exóticos, florestas misteriosas. É bonita a trombeteira. Mas é à noite, quando nem sequer a vejo, que mais gosto dela. Quando passo no quintal, sinto-lhe o perfume forte.
E é do seu perfume que mais gosto.
E é do seu perfume que mais gosto.
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