Quando, à noite, me sento junto ao telheiro dos pássaros que já não tem pássaros, dou conta de que também já não tem osgas. Costumava ouvir-lhes pequenos toques contra a parede; virava-me e verificava que saíam dos seus esconderijos para caçar mosquitos e traças. Enquanto elas jantavam, eu lia até que o ar da noite ficasse demasiado fresco e me obrigasse a recolher. As osgas também desapareceram do telheiro do estendal da roupa. Elas que, em grupos de três ou quatro, sempre acompanhavam os meus movimentos a esticar pano e prendê-lo com as molas coloridas já não se mostram por ali. Apenas vi, numa destas noites, solitária, a Osga Maria. Deduzo que a colónia felina que se instalou nos meus domínios anda a dizimar a colónia réptil.
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