Fora das rotas habituais, por ruas, paredes e janelas de Coimbra.
domingo, 29 de setembro de 2019
terça-feira, 24 de setembro de 2019
Hoje não está muita gente
Entre a quinta e a sexta conferência do Senhor Eliot*, levanto os olhos para o mar. Um casal de passeantes interrompe a sua marcha e fica observando o homem que brinca com um bumerangue, os pés na rebentação das ondas. Fico eu também a observar o trajeto certeiro do brinquedo. Sigo a larga curva que o objeto descreve no ar, espanto-me com a precisão do seu retorno às mãos do homem que o lançou. O voo circular da peça repete-se, e repete-se, e repete-se, enfeitiçando o olhar dos espectadores. Quase a contra-gosto, o casal retoma o seu passeio, não sem antes se voltar para norte e registar no telemóvel o recorte da falésia. Regresso às conferências. Quando descubro que a sétima não está lá, o homem do bumerangue também já não brinca à minha frente. Falha-me o escritor, prometendo e não cumprindo; falha-me o homem do joguete, na distração momentânea. Guardo o pequeno livro e fixo os olhos na espuma das ondas, atentíssima. Quase ouço o senhor Manganelli dizendo que hoje não está muita gente.
*
Gonçalo M. Tavares, O senhor Eliot e as conferências,
Caminho, 2010
domingo, 22 de setembro de 2019
Passeio de domingo (462)
Depois da chuva que ontem limpou o ar, o verão passeou hoje, na praia Maria Luísa, de mão dada com o outono.
sábado, 21 de setembro de 2019
quinta-feira, 12 de setembro de 2019
terça-feira, 10 de setembro de 2019
Maria Inácia
Crónica
de Maria Inácia que salvou o órgão de Boliqueime, trazida ao éter
pelas palavras e pela voz de Lídia Jorge. Ouça-se aqui o “Em todos os sentidos” deste dez de setembro de dois mil e dezanove.
segunda-feira, 9 de setembro de 2019
Seguir ou ser seguido
Oh
mãe, diz-me lá, tu eras líder? Eras líder ou eras seguidora? Sem
resposta, a pequena insiste. Diz lá, mãe, no teu tempo eras seguida
ou eras seguidora? Não cheguei a saber qual foi a resposta, ou
sequer se foi dada, porque depois de experimentar as sapatilhas e de
verificar que me serviam, afastei-me dos bancos de provas e dirigi-me
às caixas da loja de desporto para pagar. Fui pensando em como era
no meu tempo. E não sei se é a memória que me atraiçoa, mas não
me lembro nem de pensar em tais termos. As minhas redes não se
teciam assim, com líderes e seguidores, ou então éramos líderes e
seguidores à vez sem nos preocuparmos com a posição assumida. À
vez influenciávamos, à vez éramos influenciados. E também não havia
algoritmos intrometidos.
domingo, 8 de setembro de 2019
A pagadora de promessas
Prometi, numa caixa de comentários, há uma semana e vários posts atrás, um cenário para a Janita... Este tem cheiro a tomilho, espero que ela goste.
Atualização (2)
Na ronda pelos blogs que não fiz durante a semana...
Aqui, parece que também andaram a ver crescer a lua.
Aqui, estão de férias na minha terra, evidenciando, por isso, terem muito bom gosto.
Aqui, há mais hóspedes e gostei de conhecer os seus dias comuns.
Aqui, continua-se a publicar imagem e texto de antologia.
Aqui, continua-se a grafar a vida como ela é.
Aqui, a boa escrita vai prosseguindo e eu a precisar de me atualizar nos contos.
Aqui, alegro-me com o fim das férias da dona do espaço.
Aqui, renovo o prazer da leitura de blogs.
Aqui, parece que também andaram a ver crescer a lua.
Aqui, estão de férias na minha terra, evidenciando, por isso, terem muito bom gosto.
Aqui, há mais hóspedes e gostei de conhecer os seus dias comuns.
Aqui, continua-se a publicar imagem e texto de antologia.
Aqui, continua-se a grafar a vida como ela é.
Aqui, a boa escrita vai prosseguindo e eu a precisar de me atualizar nos contos.
Aqui, alegro-me com o fim das férias da dona do espaço.
Aqui, renovo o prazer da leitura de blogs.
Atualização
A
semana foi de dias quentes, mas isso já sabem.
Não
fui à praia, mas dizem que agora é que está boa, com água a 25º
ou 26º.
O
trabalho mantém-se a bom ritmo. Uns voltam de férias, outros vão
de férias. Eu ainda cá estou.
Uma
destas noites, entrou-me uma cigarra desesperada em casa. Embatia
contra as paredes e não se deixava orientar para a saída.
Deixei-lhe a porta da varanda aberta e suponho que acabou por atinar
com a rua, já que não dei mais por ela.
Tenho-me sentado sob o telheiro para ver crescer a lua e atraiçoar os
blogs com um livro de muitas páginas.
Esta
manhã fui passear na horta.
domingo, 1 de setembro de 2019
Subscrever:
Mensagens (Atom)