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Tenho o meu livro de ponto cheio de faltas. Dias e dias sem passar pelos blogues que gosto de visitar. Dias até sem passar aqui pela esquina, nem que fosse para dar uma varredela no passeio. Mas, no meio das ausências, ainda vi que o Carlos Barbosa de Oliveira nos convidou a postar sobre a praia da nossa vida para que ele fosse dando conta, nas suas Crónicas do Rochedo, das “praias da vida dos outros”.
Já no ano passado participei no passatempo de verão do CR, com um postal de férias. Este ano, não poderia faltar à chamada.
Mas que praia haveria eu de aqui postar, se eu abro a janela e tenho um horizonte cheio delas?
Escolho recordar a minha primeira praia, aquela que frequentava quando era criança e, na maré vazia, brincava nas poças de água – verdadeiras piscinas - que aqueciam ao sol entre os rochedos.
A praia dos Olhos de Água, era, nos anos
A praia dos Olhos de Água, assim designada, em virtude dos “olheiros” de água doce que brotam debaixo das rochas quando estas ficam a descoberto na maré vazia, é uma praia pequena, de pescadores, que se tornou numa “mini-Albufeira” com as suas encostas invadidas por hotéis e apartamentos de férias. Esta é a sina das pequenas maravilhas da costa algarvia. Todos querem usufruir delas. Mesmo assim, a praia dos Olhos de Água não perde o seu encanto. O que ela perdeu, no inverno passado - facto recentemente muito noticiado na imprensa - foi um dos seus emblemáticos rochedos. Precisamente o rochedo perto do qual se situam as famosas nascentes de água doce e que marcava a fronteira entre a praia dos Olhos de Água e a do Barranco das Belharucas, a leste.
Ao olhar hoje para esse lado da praia, fico com uma sensação estranha. Faz-me falta aquele rochedo. Já não está lá, mas para mim está.