domingo, 28 de fevereiro de 2010

Reencontros

Gosto de me perder na rede em busca de sons de outros tempos. Hoje voltei ao tempo dos meus 12 ou 13 anos, a um campo de férias, a um serão em volta de uma fogueira, cantando ao ritmo da guitarra de um dos monitores.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Truques de malas


Sapatos e malas são para a maioria das mulheres verdadeiros objectos de culto e desejo.

Também gosto e muitas vezes cometo irresistíveis actos de consumo. Quanto às malas, o seu uso alternado coloca-nos por vezes problemas logísticos. Com a pressa das manhãs, ocorrem frequentes falhas nas trocas dos pertences de uma para outra. E com as de maior porte sofremos quase sempre pequenas crises de nervos por nunca lá conseguir encontrar o que precisamos num determinado momento. Olha quando o telemóvel toca.... Olha quando chego ao carro e não há meio de encontrar a chave...

Pois bem, alguém teve uma ideia brilhante e inventou a VIP - uma Very Intelligent Pocket. Outro alguém teve a brilhante ideia de me oferecer uma. Agora, tenho uma forra móvel para as minhas malas e é com muito estilo que troco de modelo sempre que preciso.
PS: A minha é verde seco.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A vida secreta dos objectos - A bruxa mexicana


Nasci no México, tal como as minhas inúmeras irmãs gémeas que a meu lado se pavoneavam numa banca de recuerdos para turista ver e comprar.


Quando o senhor J. L. esteve na minha terra natal, lá por volta de 1990, agarrou-me e em troca de uns pesos enfiou-me numa mala de viagem e trouxe-me para Portugal. O meu destino foi a secretária da L., e lá fiquei plantada junto a resmas de papéis, ao lado do computador, para lembrar diariamente a amizade do colega. Nessa época a minha vassoura ostentava umas lindas cerdas que se foram desgastando ao longo dos anos e acabaram por desaparecer totalmente à custa das intempéries da vida.


Passado pouco tempo da minha chegada a este país voltei a ser enfiada num caixote, desta vez para viajar para as novas instalações do serviço da L. Passei a viver num lindo e moderno prédio, todo envidraçado, decorando uma secretária nova, num gabinete situado no 2º andar. A vida passou a ser tão agitada e tantas mudanças se operavam naquele espaço que acabei por me perder da L. O gabinete do 2ºpiso foi recebendo novos inquilinos que nem deram pela minha existência. Pudera… também desde quando é que uma bruxa tem uma cara tão mimosa como a minha? Uma bruxa como deve ser tem um nariz imponente e de preferência cheio de verrugas!!! Eu não. Coitada de mim que mal se dá pelo meu pequeno apêndice nasal.


Foram tempos difíceis. Até que chegou a F. para ocupar aquela sala. Ela não se importou com a minha falta de jeito para bruxa e adoptou-me. Com ela fiz nova viagem, desta vez dentro do imponente edifício e segui para o 6ºandar. Vistas maravilhosas sobre a cidade. Tempos arejados.


Quiseram entretanto as forças transcendentais que dominam bruxas e humanos, que a F. se tornasse amiga da L. E ele há cada coisa! Há dias a L. viu-me finalmente sobre a mesa da F. e agarrou-se a mim com exclamações de júbilo: “Esta bruxa é minha!!!”


Voltei para o 2º andar, e hoje não me importo nada de não ter um verdadeiro nariz de bruxa e nem sequer uma vassoura a funcionar como deve ser.




terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Fashion...eu?



A Helga, simpática blogueira das Planícies da Memória ,que tem passado por esta esquina e me tem feito a gentileza de comentar alguns dos meus posts, desafiou-me hoje com um selo fashion… que traz apensas umas perguntas às quais terei de responder.

Bem, isto para mim não vai ser pêra doce, que eu não sou lá muito destas coisas. E descansem os outros blogs, que não vou desafiar ninguém. Não quero ser desmancha-prazeres mas sempre fui especialista em cortar correntes.


Vamos lá então tentar:

1-Dois truques de beleza: um soninho descansado e usar sabonete de glicerina.

2-Duas prendas que goste de receber: não sou mesmo nada esquisita. Digo sempre Obrigada.

3-Local preferido para as compras: a livraria.

4–Dois defeitos: um só não chega?

5-Duas qualidades: isso era o que eu queria.

6-Dois produtos de beleza recomendáveis: água mineral q.b. e uns doces de vez em quando (porque a beleza se dá bem com o prazer).

7-Três manias: ao contrário da Helga, encher o depósito mal se acende a luz da reserva, desafiar a sorte deixando portas abertas (ok vivo no campo e tenho um cão), e que diabo… não sou nada de manias.

8-Três características que não suporto nas pessoas: hipocrisia, hipocrisia, hipocrisia

9-Três características que adoro nas pessoas: simplicidade, honestidade, disponibilidade.

10-Pessoa especial para mim: os meus dois herdeiros, claro.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Segredos vintage


Ofereceram-me o mais lindo caderninho (chegado directamente de Paris). Os meus dedos anseiam por lavrar nas suas páginas brancas. O meus dedos tremem de receio de o rasurar.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Lua

Fecha-se o céu em noite escura

Mas logo a lua resplandece.

Em luta contra a nuvem, ela procura

Iluminar o coração de quem

Na terra se entristece.

Vê como do alto ela sorri

E aclara os caminhos que percorres.

Os trilhos estão marcados.

É por aqui…

É simples, basta tão só seguir em frente.



Imagem daqui

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Listas minhas


Nos últimos tempos tenho vasculhado frequentemente na minha velha papelada. E tem sido um prazer reler correspondência de há 20 e 30 anos atrás. Cartas e postais enviados por familiares e amigos, alguns de quem já nem me lembrava.

Só por causa das listas, resolvi pegar no montinho dos postais e elencar aqui os nomes que os assinam.



Isabelle

Bernard

Guilaine

Maria Luísa

Manuel

Helen

Françoise

Brigitte

Jacqueline

Pascal

Katia

Lili (Radhia)

Ezequiel

Fátima

Maria João

Élia

Rosa Maria

Maria Edite

Desidéria

Valérie

Donatília

Dulcineia

Paula

Madame Landais

Denise Gillet

Nadine


Listas



Hoje dei-me ao prazer de descobrir “A vertigem das listas” de Umberto Eco. Seduzida pela ideia do autor em registar as listas que se encontram, em todos os tempos, na literatura e nas artes figurativas, comprei o livro e antecipo uma proveitosa leitura cheia de maravilhosas descobertas.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Inconfidência


Parece fotografia mas é postal, mesmo.
Diz que é Stampato in Italia. E que é Importé D'Italie.

No seu verso, a letra do meu pai desenhou a frase: O amor é que venceu. Foi, por certo, oferecido à minha mãe nos idos anos 50 do século passado.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A vida secreta dos objectos - O trava portas

Costumo estar enfiado por debaixo da porta que liga a cozinha à sala. Enfim…costumo… é uma força de expressão, porque há meses que não tenho serventia e estou atirado para cima do frigorífico, esquecido ao pó dos dias. Com o tempo frio quase nem se abre a porta da rua e sem vento a entrar não há porta que balance.

Já não me lembro em que diabo de bazar é que ela me encontrou. À época tinha um camarada que veio comigo aqui para casa. Com ele ainda me distraía à conversa nos meses mortos. Desapareceu desde o dia em que o raio do puto, o sobrinho, andou connosco às voltas de um lado para o outro. Lembro-me que até enjoei de tanto ir acima e abaixo, de ser atirado para o meio da sala, como se fosse um carrinho com rodas.

Agora sinto que esta solidão ainda acaba por me matar. Ainda por cima, hoje tive mais um desgosto. Descobri que quem me talhou ou estava sob o efeito de estupefacientes ou resolveu deliberadamente gozar comigo. Então esculpe-me gato, com focinho de porco?!!!

Ah… que lástima! Mais valia ela nunca se ter lembrado de me tirar um retrato. Andou comigo, de superfície em superfície, escolhendo a que melhor serviria para o flash… e dei por mim a ver o meu reflexo no tampo de vidro de uma mesa que lhe adorna o salão. Que susto!!! Agora é que vou entrar em depressão. Ainda por cima não tenho como procurar os serviços de uma corporación dermoestética qualquer…É que não há quem me acuda!

Anúncios em vias de extinção (2)

Lembrando este post, afinal até nem precisei de ir muito longe para encontrar alguns dos tais anúncios da Schweppes em azulejo. Não encontrei o da flor da amendoeira, mas encontrei o ícone da praia algarvia.




Também encontrei um com a típica arquitectura regional, mas coitado, está envolto pelo ruído de uma sinalética selvagem.


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Laços e carrapitos

Em desfile de apresentação da colecção alta-costura Primavera-Verão 2010 da Chanel, os penteados das manequins obedeceram à linha "chignon e laçarote" que me adornou a cabeça em toda a minha tenra infância. Haverá na casa Chanel uma mãezinha com o mesmo gosto da minha?

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Cupido


O dia frio e cinzento apontou para o baú dos velhos postais. E como o tema de hoje é o amor...

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Feeling(s)

À custa dos moços do futebol e, pendurados neles, dos moços da banca, há por aí um "feeling" a circular de boca em boca. Palavra puxa palavra e cá por mim, prefiro-a no plural e levando-me até há cerca de trinta anos atrás, quando era ouvida e dançada nos bailes de Sábado à noite. Porque estamos em véspera do Dia dos Namorados e porque além disso é Carnaval, época que para mim coincide com aniversário de enamoramento, fui à procura desses sentimentos.

Velhice relativa

Ser velho é relativo. Além do mais, tenho para mim que o que envelhece é mesmo a carapaça que acolhe o nosso espírito. Até o cérebro que comanda o nosso pensamento deve ter um recanto qualquer que se contraria a si próprio. Senão vejamos. Quando somos miúdos e olhamos para os nossos pais eles parecem-nos velhos. Mas quando chegamos à idade que os nossos pais tinham quando nós éramos miúdos, sabemos que somos ainda fantasticamente jovens. E enquanto ainda somos fantasticamente jovens e ouvimos os nossos pais, esses sim – pensamos nós – já velhos, falar entre eles daquela “moça” ou daquele “moço” e percebemos que falam da sua própria geração, sorrimos. Sim, sorrimos, até que chegados à idade dos nossos pais quando nós éramos fantasticamente jovens, damos por nós a falar com os amigos dos “moços” e “moças” da nossa idade. O nosso espírito tem uma grande dificuldade em acompanhar a idade do nosso corpo. Esporadicamente damos por ela. Quando, por exemplo, nos chega uma estagiária ao serviço, para orientar e que ela se vira para nós e diz: “Ah, a senhora é Fulana de Tal…foi colega da minha mãe na escola secundária…sabe… a Sicrana”. Ou então quando sentados, numa assembleia qualquer, olhamos para o lado oposto da sala e vemos alguém da nossa idade cujo rosto está fisicamente envelhecido, e ficamos surpreendidos com aquele lado do espelho. Se ele está assim…eu também devo estar. Mas logo se dilui essa surpresa. Sentimos que ainda há muito cabelo branco para nascer e que cada cabelo branco que nasce pode trazer um renovado sentido da vida.



il. Marcel Marlier

Publicado para Fábrica de Letras

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A propósito de S.Valentim

O Dia de S. Valentim, por cá Dia dos Namorados, que se celebra a 14 de Fevereiro, é assunto para todo o "negócio". Por mim, gostei das sugestões da Europeana, a biblioteca digital que reúne textos, imagens, música e objectos de bibliotecas, museus e outras instituições culturais da Europa. Quem quiser pode "Descobrir o amor através da arte na Europeana". Aqui.



Roman de la Rose, 1475 © British Library Board (retirado de Europeana)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Anúncios em vias de extinção (1)

Está “roto” e corroído pela ferrugem, mas sempre que por ali passo, não consigo desviar o olhar deste anúncio de lata que mantém viva a memória de outros tempos. O edifício a que se agarra também já se encontra degradado, é daqueles que até já têm janelas emparedadas e em desespero aguarda alguma intervenção que o renove. Sempre que vejo esta placa publicitária, lembro-me de outros suportes de anúncios, que não se sei ainda estarão por aí. A schweppes, se não estou em erro, tinha uns painéis de azulejo com símbolos algarvios como o sol, a flor de amendoeira e a chaminé. Um dia destes vou por essa EN 125 a fora, à procura…

Caramelos

Não há quem não tenha uma recordação relacionada com os famosos caramelos espanhóis. Aqueles que se compravam em Ayamonte ou Badajoz e que, dizem, eram bons, baratos e colavam aos dentes.

Dizem…pois eu nunca fui muito fã de caramelos. E os caramelos do meu imaginário não são os espanhóis que hoje já ninguém precisa de atravessar a fronteira para arranjar. Os meus caramelos são os carambar, uns caramelos franceses que até têm direito a lenda e tudo e que ainda vou saboreando sempre que a minha prima V. mos traz de França. Os meus filhos também adoram. Hoje há uma grande variedade de carambars, mas os que me encantam mesmo são os originais, os de caramelo e cacau, aqueles que até hoje mantêm o mesmo papel de embalagem, as mesmas anedotas no verso do papel, as mesmas cores, a mesma estética.


sábado, 6 de fevereiro de 2010

Ma liberté

Para lembrar a banda sonora da minha adolescência.

Ma liberté
Longtemps je t'ai gardée
Comme une perle rare
Ma liberté
C'est toi qui m'as aidé
A larguer les amarres
Pour aller n'importe où
Pour aller jusqu'au bout
Des chemins de fortune
Pour cueillir en rêvant
Une rose des vents
Sur un rayon de lune
Ma liberté
Devant tes volontés
Mon âme était soumise
Ma liberté
Je t'avais tout donné
Ma dernière chemise
Et combien j'ai souffert
Pour pouvoir satisfaire
Tes moindres exigences
J'ai changé de pays
J'ai perdu mes amis
Pour gagner ta confiance
Ma liberté
Tu as su désarmer
Toutes mes habitudes
Ma liberté
Toi qui m'a fait aimer
Même la solitude
Toi qui m'as fait sourire
Quand je voyais finir
Une belle aventure
Toi qui m'as protégé
Quand j'allais me cacher
Pour soigner mes blessures
Ma liberté
Pourtant je t'ai quittée
Une nuit de décembre
J'ai déserté
Les chemins écartés
Que nous suivions ensemble
Lorsque sans me méfier
Les pieds et poings liés
Je me suis laissé faire
Et je t'ai trahi pour
Une prison d'amour
Et sa belle geôlière

Liberdade


O pensamento é o único e verdadeiro espaço de liberdade. Aquele em que ainda ninguém entra. Aquele que ninguém escuta.
Imagem copiada daqui

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A nova escrita

Por lá preocupam-se com o efeito que o diminuto estudo de gramática e as práticas de escrita em mensagens de telemóvel e em redes sociais como o twitter ou o facebook estão a ter nas competências dos estudantes universitários no que à língua inglesa diz respeito.

E por cá?...O que se passará com a língua portuguesa?