(...) A poesia se calhar não tem nada a ver com a literatura, tem mais a ver com os feiticeiros e a bruxaria. É um mundo completamente diferente. Não é que eu não faça versos quando é preciso. (...). Mas fazer versos é uma coisa diferente de fazer poemas. (...)
Mário de Carvalho
[entrevista na Rodapé -Revista da Biblioteca Municipal de Beja, nº11, 2003]
A necessidade de nos ajustarmos ao mundo e às suas normas arbitrárias, em troca de afirmação e sobrevivência material, vai secando a poesia do nosso coração. Uma pessoa comum, que funcione como a maioria, do estômago para baixo, até reconhece o vigor impactante dessa forma de expressão, mas teme se comprometer com essa insanidade sã. Poeta é quem tem no DNA a doença incurável do mistério. É aquele para quem as palavras tiram a roupa e se entregam sem reserva. E não é para quem quer e nem é uma questão de privilégio, mas de destino, é mais uma questão de não saber ser de outro jeito.
ResponderEliminarSalgado Maranhão
:)
Uma espécie de fatalidade, então… :)
EliminarUma verdade do tamanho do mundo.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Mas nem sempre há uma só verdade. :)
EliminarNunca estive tão de acordo com Mário de Carvalho. :)
ResponderEliminarLiteratura requer sabedoria, poesia é...magia!
Versos qualquer um faz, (até eu) assim como poesia também não é alinhar meia-dúzia de frases, mais ou menos pomposas, a puxar ao sentimento.
Um abraço, Luísa.
Mas poesia também é literatura... :)
EliminarA poesia afasta-se do quotidiano, da prosa da vida - que organiza, objetiva e compartimenta - para ensaiar analogias e metáforas e assim sugerir novas significações. Alimenta-se de pensamento mitológico, simbólico e mágico. Neste sentido, o poeta é um xamã, um feiticeiro, um buscador de quintessências. Rimbaud, na sua célebre «Carta do vidente», dirigida ao poeta Paul Demeny, descreve que o estado do poeta não é a visão, mas a vidência.
ResponderEliminarNão transcrevi o texto todo desta parte da entrevista, em que era perguntado a Mário Carvalho porque não escrevia poesia, mas ele cita primeiro um autor francês, Chardonne, que em resposta a questão similar terá respondido que de feitiçaria não falava.
EliminarSendo assim, poetas e prosadores parecem concordar nessa condição. :)
Concordo com ele!
ResponderEliminarAbraço
Quase unanimidade neste tema. :)
EliminarSubscrevo (mas, sendo preciso, não me saem os versos).
ResponderEliminarSempre há assuntos em que não basta querer para ser. :)
EliminarA inspiração diz alguma coisa!:))
ResponderEliminar--
Sinto que a minha alma se solta ...
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Beijo e uma excelente semana.
Os feiticeiros lá saberão. :)
Eliminarmuito boa referência, e comentário esclarecedor ! :)
ResponderEliminarTive de desarrumar e voltar a arrumar a minha "biblioteca" (coisa de obras em casa). Neste tipo de atividade sempre acabamos a redescobrir textos com interesse.
Eliminar... e dá trabalho
ResponderEliminarImagino que até os feiticeiros tenham de juntar a tal percentagem (elevada) de suor à sempre referida percentagem de inspiração. :)
EliminarTemos tendência a confundir emoções, sentimentos... Quanto mais poemas e versos, mas sim, concordo que é diferente.
ResponderEliminarVersos podem não ter poesia e poesia quase sempre... tem versos!... 🤔😊... Bj
ResponderEliminarEu acho que isto da feitiçaria literária se deve aplicar tanto a poetas como a prosadores. E só alguns conseguem praticá-la. :)
ResponderEliminarescrever poesia ou fazer versos, eis a questão!
ResponderEliminarenfim, há dias para tudo...
Seja o que se preferir...:)
EliminarE tudo criatividade!
ResponderEliminarEm poesia e em prosa. :)
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